quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Ano 2010 - Ano de mudança

Aproxima-se um ano que deverá ser marcante. Pelo menos é o que se deseja porque é absolutamente indispensável.
Várias são as respostas que devem ser dadas a problemas urgentes.
Na justiça: deve ser aberto um debate alargado que promova o aparecimento de soluções para reestabelecer a confiança dos portugueses na justiça.
No ensino: Deve ser explicado aos portugueses que mais do que os professores o que está em causa é uma estratégia de desestabilização da democracia provocada por interesses instalados nas estruturas sindicais dos professores. Os portugueses não podem apoiar estas estratégias e devem mesmo penalizar fortemente tudo o que não for na estrita defesa dos alunos, a única razão de ser do sistema de ensino. Os nossos impostos não servem os caprichos de professores mas para ensinar alunos. É necessário não esquecer o objectivo das instituições.
Na economia: o estado não chega para tudo e é uma ilusão manter a ideia que deve ajudar. O Governo deve trabalhar no estabelecimento de seguros que criem uma protecção dentro do sistema económico e deixar de gastar dinheiro a tentar salvar tudo e todos. Por cada dez empresas que são ajudadas quantas são as que têm realmente razão de existir? Ninguém sabe. Penso que é altura de deixar de gastar dinheiro e para isso o Estado tem que sentir um grande pudor em criar sistemas de incentivos que gastem dinheiro sem um retorno social claro. O Estado tem que pensar em viver com menos dinheiro e aplicar o que tem no que é realmente determinante.
Os cidadãos devem começar a pensar na melhor forma de ajudar e não da melhor forma de sacar dinheiro ao Estado. Isso foi chão que já deu uva.
É necessário fazer o que é essencial e deixar o acessório.
Se não formos nós a por as contas na ordem alguém acaba por fazer isso por nós de forma mais desagradável.
Espero que este seja um ano de grande contenção e de criação de um clima de trabalho e sacrifício para passar esta fase menos boa.
Estou convencido que temos capacidade de voltar a crescer economicamente mas é preciso deixar de gastar. Quem sentir muita vontade que dê o seu dinheiro e deixe lá o dinheiro do estado sossegado.
É que também era agradável não ter de aumentar a carga fiscal outra vez que é o que acabará por acontecer se não mudar-mos de vida.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Cimeira de Copenhaga

Inicia-se hoje a cimeira de Copenhaga.
Trata-se de um momento de reflexão mundial sobre a forma como a actividade humana interfere com a natureza e os caminhos a seguir por cada país para que a actividade humana seja menos perturbadora dos equilíbrios da natureza.
A redução da biodiversidade vinha sendo alvo da chamada de atenção de diversos especialistas internacionais já há muitos anos.
Temos o alerta para as alterações climáticas já há mais de vinte anos. Este alerta começa agora a ser levado a sério, pois os efeitos destas alterações já se começam a fazer sentir e não são boa notícia.
Embora muitos ainda discutam se as alterações climáticas são ou não fruto das actividades humanas, a verdade é que já não se está nessa fase.
Agora o que se discute é como se vai desenvolver um sistema de controlo ambiental mundial sobre as emissões de carbono.
Como a redução das emissões de carbono são conseguidas através de uma melhor eficiência energética e de uma alteração do paradigma energético, a verdade é que quem não aderir vai estar dentro de 10 anos a perder produtividade e oportunidades de desenvolvimento de negócios.
O novo paradigma representa um conjunto de novas oportunidades de negócio e de emprego que devem ser consideradas com urgência pelos decisores públicos e privados.
Este novo paradigma é que nos vai trazer outro período de crescimento económico sustentado.

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Gestão da orla marítima

Os dados avançados para as alterações do clima referem um aumento do nível médio da água do mar. Os estudos indicam cerca de 0,5 metros para a Inglaterra e já se fazem estudos sobre os riscos que daí advêm e a influência nas infra-estruturas litorais bem como no tipo de protecção que será necessário realizar.
Os números avançados são meras estimativas, ainda muito preliminares, mas atingem já valores muito elevados.
Nos Açores, as variações do nível do mar também se vão verificar, embora com um valor menos expressivo do que na Inglaterra. De qualquer forma terá influência muito importante na linha de costa e nas infra-estruturas portuárias.
Estão a construir-se novas infra-estruturas e a ampliar algumas mas não se houve falar em nenhuma destas problemáticas.
Certamente que foram avaliadas e estão, preventivamente, a ser tomadas medidas para fazer face a pelo menos variações de 20 centímetros, com correcção da pressão exercida pelo mar e nos níveis de galgamento das docas.
Nem nos passa pela cabeça que se continue a abordar este problema numa lógica de "business as usual".
A construção de protecções nas zonas onde o mar está num nível próximo da costa serão mais fáceis construir agora do que mais tarde.
Alem disso, parece que as tempestades vão aumentar de frequência e não diminuir.
Só esperamos que não se comecem a formar furacões na costa africana a subir até aos Açores como acontece na costa americana. Também já vi algumas referencias a esta possibilidade.
Mas no fim de contas já estamos habituados ao mau tempo.

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Revolução necessária

Costumo ler partes dos programas partidários antes das eleições.
Nas últimas também o fiz. O que procurava? Simples sinais de uma intervenção e debate sobre a justiça que tivesse a intenção de transformar este sector em algo que os portugueses se possam rever e confiar.
Em mau momento o fiz porque não havia nada.
Os partidos estão reféns de decisões de tribunais e do stress dos média.
As coisas que se ouvem são assustadoras.
Decididamente ninguém acredita que, da forma que as coisas estão, possa haver justiça.
Nem para quem reclama direitos, para quem foi roubado ou alvo de erros grosseiros que põem vidas em risco. Que se investiguem os crimes com provas e não pondo escutas em toda a gente. Enfim que as polícias, os tribunais, o ministério público e todo este sistema funcione em prol do povo de forma correcta.
Quando se vê uma série de justiça americana vê-se uma preocupação com a procura da verdade. Será isso que se vê em Portugal?
Não me parece. Os jornais arranjam capas para vender.
O segredo de justiça é uma instituição interessante que serve o boato pois com uma centelha de verdade aproveita-se para fazer crer coisas erradas. Nunca se esclarece a origem das fugas.
Arranja-se um burburinho e desacreditam-se as instituições.
No fim temos imensa gente a perder tempo e não temos ninguém preocupado em fazer o sistema funcionar, nem que para isso seja necessário uma revolução nas instituições.
Esse é um problema que devia ser o lema da Presidência da República.

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Novos plásticos

Quem acompanha o desenvolvimento da tecnologia encontra por vezes notícias interessantes.
É o caso da recente noticia de que cerca de 90% dos plásticos actuais podem ser substituídos por bio-plásticos, provavelmente na próxima década.
Novos bio-polímeros foram já disponibilizados no mercado para substituição de polímeros simples como os PVC, PET, polipropileno e polietileno são já disponíveis no mercado. Contudo, também já se conseguiu produzir equivalentes renováveis de polímeros com maior complexidade como a poliamida ou o poliéster.
Na composição destes novos bio-plásticos estão normalmente açucares ou resíduos de madeira.
Naturalmente colocam-se sempre problemas de escala mas parece que este é um mercado a acompanhar porque na Ilha de São Miguel há açucares e resíduos de madeira.
Quem quiser ter mais informação pode consultar "http://www.european-bioplastics.org/media/files/docs/en-pub/PROBIP2009_Final_June_2009.pdf" onde poderá encontrar o estudo.
No contexto de redução generalizada das emissões de carbono este será sem dúvida uma via para reduzir utilização do petróleo e as consequentes emissões de CO2.

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Salários

Todos as discussões salariais consideram como referencia a variação do PIB. Uma parte desta variação deve-se à inflação e a parcela restante a ganhos de produtividade.
Os sindicatos não pedem só a inflação mas a inflação mais os ganhos de produtividade o que se compreende, pois assim a repartição do rendimento entre capital e trabalho se mantém.
Agora põe-se um problema diferente e que vai ter muita influência no futuro próximo. O PIB vai decrescer em 2009, possivelmente com uma inflação negativa ou próxima de zero e uma quebra de produtividade muito elevada.
Se os salários acertassem por este valor tudo ficaria normal menos o sentimento de roubo que se instalaria nos trabalhadores assalariados.
Mas se os salários aumentarem então Portugal vai ter uma forte quebra de competitividade e uma alteração da repartição dos rendimentos favorável ao trabalho.
A satisfação dos trabalhadores pois numa situação destas o que normalmente acontece é que quem tem capital para investir procura a melhor aplicação e esta pode possivelmente ser encontrada noutro país.
Em momentos difíceis é preciso fazer sacrifícios justamente repartidos. Este é um comportamento de quem tem a literacia suficiente para entender como pode a prazo não ser pobre.
Será o caso de Portugal?

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Descarbonizar a economia

De acordo com os especialistas temos de estabilizar as emissões de dióxido de carbono equivalente em 450 partes por milhão. A isto chama-se o cenário 450 e vai ser alvo de análise e decisão na próxima cimeira de Copenhaga, em Dezembro.
A análise é simples. Este é considerado o nível em que se evita uma catastrófica alteração climática, que desta vez atinge também os países ricos, o que dá aos principais decisores um incentivo extra.
Como se consegue atingir esta meta? Também parece de simples resposta. Dois terços das emissões têm origem no sector energético e, por isso, é este o sector chave das alterações necessárias.
O caminho é o de aumentar a produção de energia renovável e nuclear e transferir os consumos para estas energias.
Claro que é necessário uma visão diferente dos drivers das decisões de investimento e, digo eu, será muito provavelmente fazer alterações nos próprios actores das decisões que defendem outros caminhos.
Neste momento a mudança favorecerá quem for à frente e infelizmente há quem não veja isto.
Espero que os Açores decidam ir à frente de facto e não no discurso. O objectivo é simples - reduzir os combustíveis fosseis a metade até 2030.
A revolução faz-se através de alterações substanciais na produção de energia eléctrica, da industria e dos transportes, dos edifícios e dos transportes aéreos e marítimos. Estes são os sectores que vão sofrer uma transformação radical.
As emissões na OCDE+ foram em 2007 de 13,1 Gt e o Cenário 450 prevê que em 2030 sejam de 7.7 Gt de CO2.
Espero que mais pessoas nos Açores estejam a interpretar este sinais e a preparar planos para uma alteração.

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Fontes de valor

Hoje é notícia a descoberta de novas fontes hidrotermais nas águas açorianas. É uma pequena notícia mas reveste-se de grande importância.
O estudos das fontes hidro-termais é essencial para a aplicação de investigação dedicada a retirar melhores conhecimentos dos riscos geológicos que estão próximos de nós.
Mas também é essencial compreender que estas fontes hidro-termais podem ser importantes fontes de recursos minerais, energéticos e biológicos.
Nestes ambientes são normalmente descobertas novas moléculas com propriedades importantes e que podem servir para aplicações industriais com muito valor.
A energia off-shore é também uma hipotética aplicação futura pelo que o seu conhecimento deve merecer acompanhamento.
O conhecimento nesta área e a gestão desta riqueza pode ser fonte de futuras actividades económicas nos Açores.
É por isso necessário continuar atentos a estas notícias e quem de direito promover actividades de investigação e desenvolvimento sobre esta fonte de valor.

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Presidência

Algo vai mal com a Presidência da República.
Tenta manter conselheiros sobre os quais todo o país tem dúvidas quanto à sua boa conduta.
Impõe uma guerra de costumes vetando todas as leis que apresentam uma perspectiva anti conservadora.
Faz uma guerra contra a Assembleia da República e pessoalmente contra o senhor Primeiro Ministro sobre umas clausulas irrelevantes do Estatuto dos Açores.
Agora temos nova guerra contra o Governo quando todos percebem que o senhor Presidente está fora de sintonia e mantém a confiança num assessor de imprensa (hoje não se sabe o que é) que é a origem do caso, ou se não é, não ficou esclarecido quem terá sido.
Quanto à vulnerabilidade de segurança de sistemas informáticos (que não percebi o que tinha a ver com o caso) o senhor Presidente podia ter perguntado a qualquer utilizador de informática, mesmo não especialista, e teria a mesma resposta: Sim, os sistemas informáticos ligados em rede são vulneráveis. É por isso que estamos sempre a receber actualizações de software para corrigir problemas de segurança. Não é portanto assunto.
O que resulta é que o senhor Presidente assumiu como sua função desastibilizar as instituições do Estado, lutando contra castelos de vento. É precisamente o contrário do que constitui o fundamento do seu mandato.
Esperamos de instituições democráticas maduras que se respeitem e confiem. Se algum problema vem à praça pública através da imprensa, manda o bom senso que as instituições mantenham-se numa postura solidária e colaborante e que se defendam de ameaças externas. No fundo estas instituições são fundamentais na arquitectura do Estado Português.

sábado, 26 de setembro de 2009

Sinais dos tempos

O desemprego está a atingir números assustadores e sente-se um certo mal estar em algumas empresas. Claro que há empregados que sabem que os negócios já foram melhores e que a vida da empresa está a chegar ao fim o que significará o seu desemprego.
Contudo, em certos sectores passa-se o contrário. As empresas estão praticamente falidas e os empregados, principalmente os melhor pagos, fazem greves por maiores salários.
Este é o caso da TAP.
Penso que os portugueses deviam perguntar como é que um empresa falida pode viver num clima destes.
Mais cedo ou mais tarde a TAP vai mesmo fechar e certamente nascerá outra companhia com melhor serviço e melhores preços e sem tantos vícios.
Pena é que leve tanto tempo e que uns sindicatos loucos possam por em risco tantos empregos pois a transição será certamente dolorosa e embora os funcionários da TAP se julguem insubstituiveis a verdade é que não são.

sábado, 8 de agosto de 2009

As micro empresas

As micro empresas resultam normalmente de uma vontade e de um saber. Ser autónomo fazendo algo que o empresário julga ser capaz de fazer com vantagem. Estas empresas geram desde logo o auto emprego e são muitas vezes o início de uma história de sucesso.
Se têm sucesso podem crescer e atingir o estatuto de PME (pequena e média empresa) que como sabemos é a teia agregadora de uma economia, com uma forte componente de trabalho intensivo.
Seria normal que o estado apoiasse o surgimento destes empresários e é o que normalmente dizem os discursos políticos.
Contudo a realidade é bem diversa. Por um lado o fisco trata mal estas empresas ao pressupor-lhes um rendimento colectável, que por vezes não existe, gerando um nível de encargo fiscal insuportável e pressionando estes empresários a desistir.
Mas, por outro lado criam sistemas de incentivos de tal forma complexos que, estes empresários são obrigados a recorrer a consultores quando a verdade é que esta complexidade não traz qualquer vantagem. Muitos partem com a fragilidade adicional de uma divida realizada para obter os estudos e documentos necessários.
Penso que estas duas componentes deviam ser revistas pois a micro empresas são uma fonte de dinamismo essencial e os países que aceitam o risco de cobrar menos impostos com estas empresas e que as apoiam efectivamente são os que mais rapidamente saem de períodos recessivos.

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Multiplicador da despesa pública

O multiplicador da despesa pública é o nome que os economistas dão ao facto de a despesa pública poder ter a capacidade de gerar mais PIB do que a despesa inicial.
Dizendo assim parece uma boa ideia.
Só que nem sempre é assim.
A capacidade de uma economia responder a todas as solicitações intersectoriais é determinante para calcular a dimensão do multiplicador. Numa economia em que as solicitações sejam respondidas essencialmente por importações o multiplicador será menor e o efeito no PIB será inferior à despesa pública.
Assim, quando se decide fazer despesa pública para ajudar a economia é importante conhecer os multiplicadores do produto para escolher de entre as várias hipóteses os investimentos com maior impacto.
Nos Açores não existem matrizes intersectoriais (que permitem calcular os multiplicadores do produto) pelo que nada se sabe sobre o assunto. O SREA fez no inicio dos anos 90 uma matriz para os Açores mas é absolutamente inútil hoje pois a economia transformou-se muito.
Era um bom trabalho a desenvolver pelo SREA a produção de matrizes intersectoriais actualizadas.
A realidade é que sem este conhecimento ou os investimentos são infra-estruturas que possibilitam um crescimento da competitividade da economia, ou promovem o desenvolvimento tecnológico ou então investe-se sem saber se é por dinheiro à rua ou se está a provocar a dinamização da economia.
Quando Keynes disse sobre a crise de 1929 que era necessário fazer despesa pública para debelar a crise, nem que fosse abrir buracos para depois fecha-los referia-se a um tempo em que tal despesa não induzia importações nem atraía empresas estrangeiras.
O que diria Keynes hoje? Seria certamente mais cauteloso.

sexta-feira, 31 de julho de 2009

Gripe

Parece que as mutações de Gripes animais têm um não sei o quê de especial pois todos dão uma atenção especial a este assunto.
As actuais medidas são desproporcionais e nunca foram tomadas para doenças que afectaram a saúde de mais pessoas e até com consequências bem mais devastadoras.
Se a grande mobilização de recursos usada para a gripe A fosse aplicada à toxidependencia e ao alcoolismo a vantagem seria bem mais visível.
Parece-me que a moda chegou à saúde, sector que até à pouco tempo sustentava a sua acção com base na ciência.
Nem com a gripe comum, que tem um contagio idêntico e que afecta muito mais pessoas, foi alvo de uma campanha séria.
Parece que é altura de fazer um ponto de situação sobre as reais prioridades em saúde pública e tirar a voz aqueles que muito falam para mostrar um protagonismo que serve apenas para alimentar egos pessoais.

terça-feira, 28 de julho de 2009

Água

Tem sido noticia frequente a dificuldade sentida em manter o nível de abastecimento de água às populações em quantidade e qualidade.
Não é nada que não seja previsível, pelo menos desde os anos 90 do século passado.
As zonas de recarga das nascentes e dos aquíferos subterrâneos estão impermeabilizadas com pastagens que afectam a sua qualidade e interferem com os níveis de recarga.
A água vai ter de ser encarada com outros olhos.
A protecção das zonas de recarga com a plantação de floresta e uma alteração profunda na produção de alimento para o gado são medidas que podem ser tomadas e que teriam um grande impacto.
A floresta é uma actividade muito importante e que contribui para o equilíbrio ecológico sensível como o nosso.
Até agora tem sido possível cobrir as reduções de caudal com investimentos em novas captações mas esta via tem um limite e depois só resta a via da dessalinização.
Só espero que não seja na minha vida pois a água dessalinizada é péssima para beber, além de ser substancialmente mais cara.
Esperamos que entre Governo e Autarquias se encontre um consenso e o financiamento adequado à protecção deste recurso que faz a ilha verde ser verde.
Se nada for feito temos daqui a uns anos uma ilha verde que será seca e pouco verde.

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Energia Solar

A instalação de painéis solares para aquecimento de água pode fazer uma grande diferença na factura energética e conta até ao fim do ano com um apoio muito interessante.
Uma casa com 4 habitantes pode adquirir um sistema por termossifão por menos de dois mil euros que podem ser pagos em suaves prestações ao banco. O termo suave aplica-se uma vez que a prestação é inferior à poupança na factura energética pelo que se torna imediatamente favorável.
Esta medida, se fosse generalizada, poderia fazer com que uma porção de dinheiro muito substancial não saísse da Região todos os anos, depois de passado o efeito do investimento.
Mas ao contrário de outras tecnologias também aqui há uma diferença. O equipamento pode ser fabricado em Portugal.
Curiosamente os sistemas portugueses são os que maior rendimento energético apresentam pelo que são mesmo a melhor opção.
Assim sendo aconselho a que se dirijam ao seu banco e solicitem informações sobre o assunto. Verão que é um bom negócio.
Ainda por cima pode contribuir para um menor pagamento de impostos e para se apresentar como um defensor do ambiente que como se sabe está na moda.

sábado, 11 de julho de 2009

Sonhei que ...

É verdade. Numa destas noites estava calor e o meu sono foi invadido por um sonho, daqueles que parecem um filme.
Tratava-se da conversa de dois personagens que discutiam a gestão de um contrato.
Um deles representava uma empresa que teria de compensar a instituição representada pelo segundo num certo valor.
De repente o devedor propõe que o acerto seja efectuado através da aquisição e instalação de um sistema de controlo de velocidade a instalar em diversos pontos de uma localidade.
O outro não conteve um brilho nos olhos pois a instalação deste sistema podia ser apresentado como uma medida muito eficaz de protecção da segurança daquela população com evidentes dividendos políticos.
Ficou assim combinado e assim se fez.
O efeito politico foi obtido.
As multas que estão a ser diariamente passadas só devem chegar às populações dentro de seis meses.
Grande parte do trânsito desviou-se para uma alternativa SCUT com receio de tão traiçoeiro sistema de controlo e a empresa que pagou a compensação compensou a despesa com o aumento das portagens virtuais em três meses.
O brilhante interlocutor que aceitou tão mal intencionada oferta está agora atrapalhado com o aumento da despesa mensal com as portagens virtuais da SCUT.
Dentro de seis meses começarão a chegar as multas a casa das pessoas e dentro de sete meses as segundas multas e dentro de oito meses começarão a ser retiradas cartas de condução (sempre com seis meses de atraso).
A revolta instala-se e as cruéis maquinetas são substituídas por semáforos menos traiçoeiros e mais pedagógicos.
A despesa foi em duplicado mas tudo acaba em bem menos para todos aqueles que ainda durante seis meses continuarão a receber multas e a ficar sem carta.

terça-feira, 7 de julho de 2009

Abstenção

A democracia parte do princípio que os cidadãos têm direito ao voto. Esta é a forma de participar nas decisões pois ao votarmos estamos a fazer escolhas.
As recentes eleições para o Parlamento Europeu registou uma elevada abstenção pelo que se pode deduzir que as pessoas não acharam que havia escolhas a fazer pois o que os candidatos diziam não indiciava qualquer alteração na vida do dia a dia. Os problemas seriam os mesmos.
Já as eleições para a Direcção do Benfica contaram com um número de votantes nunca visto. Provavelmente os sócios acharam que estavam na presença de dois caminhos e decidiram escolher o que mais lhes agradava.
Esta é uma lição muito grande para quem gere as campanhas. Ou há caminhos diferentes e escolhas perceptíveis ou porquê votar?
Uma melhoria substancial seria votarmos em nomes e não em partidos pois os nossos deputados seriam escolhidos por nós e nós (os eleitores) podíamos pedir-lhes contas. Esta simples medida acabaria com representantes que só lá estão porque estão caladinhos e obedecem a quem lá pôs o seu nome na lista, atitude que em nada defende os interesses do povo.
Quando a democracia é levada a sério pelos políticos o povo não se abstém.
Agora votar quando não há escolhas contribui para um número cada vez maior de votos de protesto o que distorce os resultados e acabará por dar para o torto.
Ou será que queriam mesmo ser governados pelo bloco de esquerda, sair da União Europeia e da Nato, acabar com os ricos (que certamente faziam as malas e iam pregar para outra freguesia) e nacionalizar os sectores mais importantes da economia?

segunda-feira, 29 de junho de 2009

Inovação eléctrica

Hoje foi anunciada a inauguração de alguns postos de fornecimento de energia eléctrica destinada a veículos eléctricos que vai servir de base à introdução em Portugal de um veículo eléctrico.
Todo este projecto está integrado por uma estratégia da EDP de inovação que é desenvolvida através do projecto INOVGRID.
Este projecto é a preparação da EDP para a introdução de smart grid's em Portugal e assim entrar decididamente no futuro quadro tecnológico do negócio da energia eléctrica.
Já por cá é possível ler afirmações que mostram uma total incapacidade de ler o futuro e de ter as preocupações certas. A concentração de produção no mesmo local e os grandes projectos muito pouco smart é que estão a dar. O objectivo não é dizer em que é que vamos ser diferentes dos últimos 20 anos mas encher a boca com um investimento de milhões (será que terão avale do Povo?).
Quem é que explica que a geotermia não é uma energia renovável e que a concentração da sua produção não é prudente?
E já agora convinha estudar melhor a lição acerca das condicionantes da frequência e da tensão porque esses são problemas centrais do passado. Esse é um dos problemas que é atenuado pelas smart grids, conjuntamente com a qualidade integral e segurança do abastecimento.
O mesmo para a ligação de cabo submarino a ligar o triângulo e a permitir geotermia numa dessas ilhas a exportar para as outras que não é viável nos Açores mas é noticia permanente a exploração de novos investimentos off shore que conduzem a energia por cabo submarino para terra.
Enfim, teremos mais três anos perdidos neste sector nos Açores. Tenho pena dos investidores privados que terão no futuro uma empresa tipo função pública.

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Actualização do contexto económico

A dívida directa do estado em Maio de 2009 é de 125.270 milhões de euros (BP). A dívida externa portuguesa em 2008 foi 348.286 milhões de euros. O PIB em 2008 atingiu 131.958 milhões de dólares.
A OCDE faz três recomendações a Portugal:
1. Urgente consolidação orçamental no médio prazo;
2. Necessárias reformas estruturais que suportem o crescimento económico, reduzir o desemprego de longo prazo e ajudar a equilibrar as finanças públicas;
3. O impacto da situação financeira nos balanços dos bancos e a deterioração das finanças públicas exigem um preço mais alto na aquisição da dívida pública.

Já o FMI estima que só em 2014 se ultrapasse o PIB de 2007.

Já agora acrescento que a reforma mais urgente para responder ao ponto 2) é a reforma da justiça.
Com este quadro, vamos ver o que o discurso de campanha nos trás e que caminhos nos são propostos.

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Sigilo

O direito ao sigilo na saúde é um direito basilar de cidadania. Ouve-se agora que vão ser publicadas as listas de espera para intervenções cirúrgicas com uma periodicidade curta.
Deve haver um engano muito grande pois tal não é possível. Provavelmente era bem intencionado mas não se pode ter a informação clínica dos cidadãos na praça publica.
Este assunto seria um prato para as companhias de seguros e para patrões mal intencionados. Este é um assunto que já foi muito debatido sob várias perspectivas e já devia ser assente que a confidencialidade serve para proteger os cidadãos e não para prejudicá-los.
Espera-se assim um recuo rápido antes que cause estragos a alguém.

Ciência e Tecnologia

Muitas vezes fala-se na aposta que tem que ser feita na ciência e tecnologia como forma de promoção de desenvolvimento e competitividade.
Parece-me que o Hospital de Ponta Delgada podia protocolar com a Universidade dos Açores e com uma Faculdade de Medicina a instalação de um curso de medicina que permitisse iniciar a construção de um pólo de especialização na área da saúde.
A visão não devia formar médicos para a região mas formar competências de nível internacional e desenvolver um centro de excelência numa área que permitisse a pacientes internacionais fazer uma cura por cá, aproveitando as nossas instalações hoteleiras e o facto de o Hospital ter um piso desocupado.
O turismo de saúde é hoje uma realidade e tem sido desprezado por cá. Apenas houve uma intenção na área do termalismo que não anda nem desanda e parece que todos acham normal.
Mas não é o termalismo interessa pouco. Há áreas na saúde com muito mais interesse. São áreas que exigem um acompanhamento que é muito caro de fazer nos grandes centros urbanos, onde normalmente há estes meios.
A saúde podia ser um negócio muito interessante com criação de um centro de excelência que criaria emprego muito especializado e um crescimento inerente da qualidade da medicina praticada nos Açores. Quem podia perder com isso?

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Governabilidade

Se as eleições para a Assembleia da República tivessem o resultado que foi obtido com as Europeias o país atravessaria uma grave crise de governabilidade.
A política agressiva e conflituante não é inspiradora e não atrai as pessoas para lutarem por uma solução para os problemas que vivemos.
Falta política e sobra novela de má qualidade e os portugueses desligaram, mudaram de canal.
Se perguntarmos qual foi a mensagem das últimas eleições veremos que nenhuma foi retida. A verdade é que não houve mensagem.
É preciso inspirar as pessoas e acreditar que há futuro com políticas sérias e sem rodeios.
Há que reformar o Estado e dirigi-lo para as suas principais funções. Mas cada um tem que dizer o que entende por reformar o Estado.
Há um défice gigantesco e há que assumir com clareza como se resolve este problema.
Há que fazer um pacto de desenvolvimento com a população portuguesa com clareza e com um discurso que as pessoas percebam.
Há que trazer os abstencionistas ao voto para termos um empenho nacional na saída da crise e na resolução dos problemas.
Com uma campanha de acusações e vazia de ideias e propostas, que não mostre um caminho, teremos outra vez uma abstenção gigantesca e um resultado que apenas dependerá de quem foi votar.
Com uma grande abstenção, um partido pequeno pode ter uma votação percentualmente grande pois o mesmo número de votos terá mais peso. Pena que entretanto, se isto acontecer, o país ficará ingovernável e o futuro será uma incógnita.
Pede-se aos políticos que façam política e que se deixem de peixaradas.

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Europa

A campanha para as eleições para o Parlamento Europeu é muito estranha. Se tivesse chegado de outro planeta e tivesse por missão acompanhar a campanha e depois votar em consciencia teria uma deficuldade muito grande.
Os únicos partidos que falam da Europa são exactamente os que são contra a Europa e que portanto nem sei porque concorrem. Deve ser porque é fixe ser deputado europeu.
Os restantes partidos não falam da Europa nem do que acham que devia ser o seu mandato nesta legislatura. Qual é a sua agenda e o seu compromisso?
Parece-me que desta vez vamos ter de recorrer de algum clubismo ou de outro qualquer critério que nada tenha que ver com o que os nossos deputados vão defender ou fazer por lá.
Podemos sempre fazer o seguinte. Avaliar o cabeça de lista e, se houver o candidato local. No caso dos Açores parece que haverá dois deputados e portanto o voto deveria ir para um deles, que temos a certeza que trabalharão em prol dos Açores, como aconteceu nas anteriores legislaturas. No caso dos cabeças de lista a coisa fica feia pois um dos cabeças de lista é sempre contra os Açores e portanto nunca devia ter um voto nosso mas por outro lado a sua influencia é no curso das coisas é nenhuma pelo que tanto faz. Só mesmo ele pensa que alguém espera algo dele.
Assim não sei mesmo que critério se pode ter.
O melhor talvez seja mesmo a aplicação de um critério alternativo. O que vale é que nós não somos totalmente Europeus como prova o local onde se está a festejar hoje o dia dos Açores.

domingo, 31 de maio de 2009

O desígnio do Mar

O Prof. Daniel Bessa apontou o mar como um dos desígnios dos Açores. Também me parece.
Apontou a possibilidade de a Universidade dos Açores ter um foco de especialização nas ciências do Mar que fosse uma referência nacional. Também penso assim à muitos anos.
Acontece que a Universidade dos Açores tem apenas um exíguo departamento no Faial. Lá colocado apenas para satisfazer uma lógica de tudo repartir que é tão válida como a lógica da batata.
O resultado é que o pólo do Faial nunca vai ser coisa nenhuma e a lógica do mar só ganhava se fosse aproveitado um conjunto alargado de conhecimentos com o foco do mar.
Por exemplo o departamento de economia podia ter especialização no mar enriquecendo assim o conhecimento útil sobre o mar.
Com alunos e uma integração dos saberes a economia regional podia ganhar francamente.

Educação

Penso que a reforma da educação passa por ter uma resposta mais diversificada. Apoiar o ensino privado através de uma política de incentivos identica à que há para outras empresas e o pagamento de 70% do custo que a Região tem para um aluno em identico estabelecimento público.
O estado poupava pois passava a ter apenas 70% do custo que hoje tem. Reduziria o parque escolar público à medida que o fossem sendo desnecessárias algumas escolas e passaria certamente a gerir melhor um universo mais pequeno de escolas.
Os alunos ganhariam com a concorrência que daria vantagem às melhores escolas. Os maus professores sairiam a perder pois onde estivessem criariam um incentivo à abertura de uma escola privada.
Estou farto de ver professores a protestar porque não querem ser avaliados enquanto tantos portugueses enfrentas a tragédia da ameaça do desemprego.

sexta-feira, 29 de maio de 2009

O valor do emprego

Num momento em que o desemprego cresce e que muitas famílias, que viviam tranquilamente, vivem o desespero de verem o seu emprego em causa, choca ver o sector público a fazer greves por razões menores.
Os sindicatos não querem saber de nada.
Num momento de crise, aproveitam a perturbação para acentuar o clima de criticas ao Governo e aumentar o ambiente psicológico de revolta. A destruição das instituições parece ser o objectivo.
Os funcionários públicos deviam dar valor à segurança no emprego que desfrutam. Era um sinal de respeito pelos que, não sendo funcionários públicos, se encontram numa situação de insegurança pois todos os dias se assiste à destruição de empregos.
Isto para já não dizer que a maioria dos funcionários públicos ganham mais do que ganhariam se trabalhassem no sector privado. Luxos.
Um esforço conjunto para melhorar a situação era bem vindo.

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Política de Investimentos na Saúde

A saúde é um sector vital para o bem estar das populações.
Infelizmente nem sempre as decisões que são tomadas podem ser compreendidas por pessoas que, como eu, têm pouca informação sobre o sector, mas sabem o suficiente sobre investimentos públicos para ficarem confortáveis com a situação.
Desde logo não se conhece quem são os médicos de saúde pública que equacionam as políticas de saúde que depois se traduzem em investimentos imóveis, tecnológicos e humanos. E se não são médicos de Saúde Pública quem raio é que é?
São com frequência referidos investimentos em equipamentos únicos na Região, e que portanto devem servir os utentes de todas as ilhas, para ficarem instalados no Hospital da Terceira.Acontece que qualquer economista júnior sabe que os investimentos em saúde se fazem por níveis de população alvo e que devem haver hospitais de primeiro nível (dada a população será sempre e obviamente o de São Miguel) de segundo nível (neste caso o da Terceira) e de terceiro nível que poderá ser o da Horta, mas só porque não existe mais nenhum porque a Horta não tem população que justifique mais seja o que for do que o Pico.
Assim sendo, o sistema de saúde e o respectivo orçamento beneficia sempre que a aquisição de um equipamento único nos Açores seja colocado no Hospital de São Miguel.
Já agora, aquela ideia de por o laboratório para a Gripe A na Terceira é outra medida surpreendente pois a Ilha de São Miguel é que tem voos para os EUA e Canadá, locais geradores do maior risco. Assim este laboratório devia estar em São Miguel por uma questão de saúde pública.
Mas parece que o facto de a Secretaria Regional ser na Terceira faz com que, aparentemente, se verifique uma distorção na lógica de racionalidade dos investimentos.
É uma pena que um sector que gasta tanto dinheiro e com dividas tão grandes e permanentes tenha decisores que não contribuem para melhorar a situação, antes agravando-a.
É altura de começar a ter racionalidade nos investimentos porque senão só nos resta retirar a Secretaria da Saúde da Terceira e talvez colocá-la na Horta, para equilibrar durante una tempos as coisas.
A realidade é que o Governo devia estar todo em São Miguel, deixando para a Terceira o Representante da Republica e o Bispo e para a Horta a Assembleia Regional.

terça-feira, 19 de maio de 2009

Trabalhar para ter futuro

O futuro é sempre construído no presente. É o trabalho que hoje desenvolvemos que abrirá boas ou más perspectivas para o futuro.
Hoje há uma pressão terrível para resolver tudo rapidamente.
Acontece que tudo o que é importante não pode ser resolvido rapidamente, porque é complexo e porque envolve muitas pessoas, formas de pensar e saberes.
A disciplina é boa companheira em momentos de aflição.
Penso que a administração da justiça é um dos pressupostos de reforma necessária à obtenção de sucesso. Não se trata de mudar leis mas antes aplicá-las, mesmo que se trate de magistrados. Talvez o caso que está actualmente a preencher noticiários venha dar um contributo importante nesse sentido.
A responsabilização das pessoas pelos seus actos é essencial e as leis não podem ser sempre permissivas porque a realidade social vai traduzir esta prática legislativa numa autorização para o terrorismo local, para a insegurança, para práticas que liquidam o esforço de quem trabalha com convicção.
Estamos sempre a pedir ao estado que resolva, seja o que for que há para resolver. Mas o Estado somos nós e colectivamente só resolvemos seja o que for com uma grande concentração no trabalho.
Falta-nos rigor, e sem ele a sensação de revolta vai-se acumulando e é fácil prever que se instalará um clima de instabilidade social prejudicial a quem quer resolver uma crise.
Pede-se uma visão de longo prazo, orientada com rigor e apostada num crescimento das habilitações da população, para que se possa passar para um patamar mais competitivo a nível internacional e criar empresas geradoras de riqueza e portanto de emprego sustentável.
Não gastem mais dinheiro a salvar tudo e todos senão daqui a um ano ninguém nos salva de mais vinte anos de penúria.

domingo, 10 de maio de 2009

O poder da representação

Está, ao que parece, na mão dos deputados apreciar uma proposta de legalização de touradas picadas nos Açores.
É bom que os deputados tenham a noção que representam o povo acima da sua própria opinião. Eu sou totalmente contra esta barbárie e penso que a maioria também é. Assim espero que os deputados compreendam que só têm que fazer o que se espera deles - votar contra sem qualquer margem para dúvidas.
Se há coisa que fica mal é usar um nobre direito constitucional para regressar ao passado, a formas de violencia que aos poucos vão sendo substituidas pelo desenvolvimento e pela cultura.
O direito constitucional que permite aos Açores legislar deve servir para resolver problemas e adaptar leis à realidade da Região. Não deve servir para criar problemas e desconforto.
Teria vergonha de dizer que pertenço a uma Região que decidiu picar touros para saciar o prazer de uns quantos selvagens que pensam que estão no circoo Romano.
Não contribuam para que ninguém respeite os politicos.

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Procurador Geral

É realmente uma pena mas essa coisa de irem buscar figuras que podem ser extremamente competentes mas que não geram qualquer empatia e que utilizam uma expressão muito difícil é uma péssima ideia.
São estas coisas que fazem com que o povo não ligue a um conjunto de instituições e que estas, consequentemente perdem qualquer importância.
Ninguém aguenta mais do que um minuto a ouvir qualquer um dos candidatos apresentados.
Quando será que se começa a propor gente nova (embora com experiência de vida) para estes cargos?
Qual é o jovem que ouve uma pessoa que luta com as palavras na tentativa de ser elegante e não fazer alguma afirmação imprópria?
Existem pessoas que são muito úteis em Universidades onde levam a vida a estudar uns pormenores muito interessantes e que efectivamente vão contribuindo para um maior conhecimento das questões. Mas daí a representar o povo vai uma distancia enorme. Essas pessoas não vivem neste mundo. Basta ouvi-las para saber isso.
São estas coisas que afastam os jovens da política. Nem perdem tempo a pensar nisso.

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Tempos de mudança

Os países têm tentado desenvolver políticas de atenuação dos efeitos da crise que no fundo pretendem que a absorção da destruição de capital verificada seja repercutida no longo prazo, com redução dos efeitos sociais devastadores de um impacto directo de tal destruição abrupta.
A coordenação de políticas tem a vantagem de alavancar o efeito de diluição no prazo pois se todos caminharem na mesma direcção pode ser possível evitar uma quebra defensiva no comercio internacional que produziria um empobrecimento adicional, pois as economias passariam a trabalhar em menores níveis de eficiência.
Mas convém compreender que não vamos sair da crise e tudo volta ao que era antes.
A realidade é que os níveis de procura que vivemos nos últimos dez anos só existiram porque não eram sustentáveis, ou seja, porque todos os agentes económicos contratavam empréstimos que não podiam pagar mas que, efectivamente aumentavam a procura agregada à economia. A economia estava dopada.
Temos de encontrar formas de trabalhar com a tecnologia que cria menos emprego e embaratece os produtos tornando-os mais acessíveis. Para os que ficam de fora do mercado de trabalho vai ser necessário ter a imaginação de ter empregos de apoio social para idosos e de controlo social para que todos tenham um lugar no mundo produtivo quer sejam bens ou serviços económicos, sociais ou culturais.
Mas também se deve compreender que esta realidade leva a uma maior redistribuição do rendimento aumentando muito a produção de serviços públicos de cariz social que ninguém estaria em condições de pagar quando deles precisa mas que ninguém deseja pagar quando deles não precisa (é no fundo um bem público que todos querem mas ninguém quer pagar).
Maior redistribuição significa menor riqueza. Essa coisa de haver quem ganhe milhões por mês vai ter que acabar quer directamente quer indirectamente através de uma carga fiscal desincentivadora.
Vamos viver mais modestamente, o que aliás já era uma consequência evidente da globalização. Não é possível acreditar que países asiáticos entrem no comércio internacional sem que seja transferida riqueza dos países ricos. A riqueza transferida dos países ricos mudará muito significativamente as condições de populações que até agora viviam de forma quase miserável.
São tempos de profunda mudança.

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Genial parvoice

Veio a General Electric aos Açores convencer a EDA, ao que vi nas notícias, da bondade de usarem diversos dos seus produtos e, da genial parvoíce que seria instalar uma grande central de painéis solares (da GE evidentemente).
Era o que faltava gastar terreno precioso com uma coisa que pode e deve estar nos telhados das casas onde não ocupa espaço.
Os painéis solares são uma boa ideia e dentro de poucos anos, quando forem mais eficientes, serão certamente parte integrante obrigatória da construção de edifícios, numa perspectiva de racionalizar o factor energético do edifício não só numa perspectiva do consumo mas também numa perspectiva do produção.
O que é um perfeito disparate é deitar fora a oportunidade de gerar energia no local do consumo para a deslocar para um terreno e depois a transportar por rede.
Esta solução seria má porque gasta terreno e não é rentável e seria boa para quem vende e instala os painéis pois vendia muitos de uma vez e nem teria o trabalho de subir a um telhado para os instalar.
Espero, pois, que a EDA não tenha aderida a ideia tão idiota.

segunda-feira, 23 de março de 2009

Provedor de Justiça

O Provedor de Justiça é um alto cargo com um largo poder de influência. Temos assim todo o interesse em que a personalidade escolhida seja detentora de créditos muito fortes de personalidade, ética, isenção e saber.
Acontece que o nome proposto pelo Partido Socialista, respondendo com satizfação a algumas destas características não responde a uma que é fundamental para os Açores.
Não é isento e embirra descaradamente com a Autonomia Regional.
Não tenho dúvidas que se for a personalidade escolhida terá sempre que se proporcionar uma atitude desfavorável aos interesses regionais.
Espero que não seja o futuro Provedor para bem dos Açores e espero que as forças políticas regionais percebam que este cargo será ocupado durante muito tempo pela personalidade que for agora nomeada.
Esperamos que escolham uma personalidade que tenha a maturidade e o conhecimento necessários mas não esteja em fim de carreira. Precisamos de gente de outra geração senão acabamos como aqueles conselhos da Antiga China que eram todos velhinhos...

segunda-feira, 16 de março de 2009

Lobbies

Estava a ler uma declaração de um antigo ministro do ambiente e verifico que este afirma que existem lobbies fortíssimos em prol da incineração e da co-incineração.
Fiquei muito surpreendido.
Quando todos os estudos indicam que a incineração é um processo adequado para o tratamento de resíduos quer perigosos quer não perigosos com a vantagem de ter um retorno financeiro elevado com a produção da tarifa ficando assim o custo por tonelada mais favorável permitindo que a população pague taxas de resíduos mais baixas só posso aceitar que estes lobiees que este senhor refere são lobiees técnicos.
Pelos vistos o senhor em causa prefere o lobbie dos que vendem os sistema de tratamento mecânico biológico que são ineficientes e caros e que se traduzem em custos elevados para os cidadãos.
Claro que os que têm gabinetes de consulta na área dos resíduos preferem receitas que não resolvam o problema para continuarem a ter trabalho.
Claro que os sistemas que não prestam pagam mais a um elevado número de pessoas para gerar a ideia que são muito amigos do ambiente e para encontrarem políticos que desenham políticas tecnicamente absurdas.
A verdade é que cada vez vão existir projectos de incineração pois são os únicos que actualmente resolvem a custo aceitável o problema.
A Inglaterra também levou seis anos a pregar nos tratamentos mecânico e biológicos e agora está com milhões gastos e a reverter a sua política timidamente mas com um programa de construções de incineradores muito importante. Os países nórdicos também tratam por incineração a maioria dos seus resíduos. A Alemanha tem um programa maciço de construção de incineradores.
Deus nos acuda pois as políticas de ambiente ficam poéticas quando não se ouvem os técnicos, pena que a poesia não trate os resíduos nem o ambiente.

quinta-feira, 5 de março de 2009

Assalto a uma empresa

Esta é a história de uma empresa comum. Não se trata de nenhuma em concreto mas representa o que s passa com muitas.
A empresa pertencia a um empresário que era sócio gerente e que tinha tidoum razoável sucesso. Os clientes até pagavam num prazo muito razoável e a vida corria bem.
O sócio gerente tinha um salário modesto.
Um dia una amigos convidam o nosso sócio gerente a ir de férias a um país da américa do sul fazer umas férias. Era um grupo de amigos com as respectivas mulheres.
Embora tenha sido habituado a fazer contas à vida, pensou:
A verdade é que umas boas férias até vinham a calhar e eu até tenho dinheiro no banco.
Lá foram todos.
Poucos meses depois de chegarem teve uma avaria no automóvel e resolveu que a empresa podia muito bem comprar um bom carro, que até descontava nos impostos. Lá comprou.
Um ano depois a mulher fala-lhe em fazer umas obras de beneficiação da casa. Pediu um orçamento. Era caro.Ficou a pensar no assunto e de repente pensou em propor à mulher venderem a casa e comprarem outra em vez de repararem aquela.
A mulher ficou muito satizfeita e contou de imediato a toda a gente.
O que tinha sido uma hipótese passou algo perfeitamente assente.
Compraram a casa e venderam outra, embora a divida tenha aumentado muito.
O salário modesto já não dava. Aumentou-o e começou a usar a empresa para pagar parcialmente as suas crescentes empresas.
Ao fim de uns anos de um comportamento de novo rico a empresa começou a pedir empréstimos para financiar a tesouraria. O dinheiro dos clientes continuava a entrar mas já não chegava para tudo.
Mais tarde os empréstimos trouxeram juros, que são custos.
Até que um dia o nosso sócio gerente vai ao banco solicitar mais um empréstimo e o seugestor de conta diz-lhe que vai estudar o caso mas que com a crise o caso está muito dificil.
O nosso empresário continua com a sua vida dispendiosa e começa a atrasar os pagamentos para equilibrar a tesouraria. Entretanto vai a uma reunião de empresários onde decidem manifestar ao Governo a sua preocupação pela dificuldade do crédito.
- A culpa é daqueles americanos que deram cabo disto tudo - diziam.
Ao fim de muita insistência o Governo decide abrir uma linha de crédito para empresas em dificuldades.
Foi nesse dia que eu soube que eu e os outros portugueses é que vamos pagar a vida faustosa daquele empresário que assaltou a sua empresa e transformou uma boa empresa numa empresa descapitalizada. Em vez de ser o dito empresário a aumentar o capital da sua empresa e passar a viver, como toda a gente do seu salário, somos nós que vamos capitalizar a empresa.
O pior é que não resulta porque ele já se habituou a assaltar a empresa e vai fazê-lo sempre se não tiver que escolher entre a casa e o carro e a empresa.

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Reinventar a Justiça

Tenho visto alguns debates televisivos em que são feitas afirmações que nos fazem pensar.
Dizia um jornalista: Mas 4 anos com o processo parado é muito estranho, não?
Responde o jurista convidado: Não tem nada de estranho. Nos processos que não têm exposição mediática isso é muito normal. Estive a rever agora os documentos de um caso que está em investigação há 13 anos.
Podem dizer o que disserem mas isto não é normal.
Se calhar precisamos de ter o dobro dos juízes. Não faço ideia. Mas parece-me que alguém devia fazer algo.
Também já se percebeu que os juízes não vão ajudar muito até porque os mais categorizados não prestam contas a ninguém e os pobres juízes que chegam a ter 13 mil processos só pensam em sobreviver e não estão em condições de ter uma visão do sistema integral e de como se pode modificá-lo.
O que me parece é que ou isto muda ou o povo acabará por se revoltar com a injustiça que leva a que quem rouba milhões nunca seja alvo da justiça.
O pior crime em Portugal é não pagar parquímetro pois é o único que recebe de imediato a mão firme da justiça e a respectiva punição.
Podem roubar milhões mas paguem o parquímetro.

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Indústria

A industria mundial está a atravessar um período trágico. De acordo com o The Economist a produção do 4º trimestre de 2008 baixou 6,8% na Alemanha, 21,7% em Taiwan e 12% no Japão.
A quantidade de carros em construção neste Janeiro nos EUA é 60% do ano passado.
A industria esta a colapsar na Europa do Leste, no Brasil, na Malásia e na Turquia.
Não sei exactamente o que se passa em Janeiro em Portugal mas coisa boa não será decerto, porque o comercio internacional está muito limitado e, consequentemente, as exportações.
É um erro tentar ajudar toda a gente, até porque neste contexto nem sequer é possível.
Mas é possível ajudar os inovadores, os que reestruturam, os que se preparam para um mundo diferente, respeitador do ambiente, que poupam energia e matérias primas e que fazem emissões mitigadas para a atmosfera.
É possível ainda apoiar as empresas que substituem importações, mesmo aquelas que sendo agrícolas, podem contribuir para uma nova agricultura competitiva e que vá de encontro com as necessidades do mercado.
Há que escolher entre gastar muito e deixar as actuais e futuras gerações sem garantias de um estado forte e em ter um estado que por intervir só cirurgicamente provocará a dinâmica privada a ter mais iniciativas.
Enquanto as más empresas estiverem no mercado não haverá lugar para as novas.
Não há ajuda para a incompetência.

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Trabalho, formação e competitividade

Um dos maiores desafios que se colocam aos decisores do nosso tempo é o de encontrar um caminho estratégico que crie emprego em boas condições para a população.
Neste momento de dificuldade, a maior é sem dúvida o crescimento do desemprego. Quando ouço os sindicatos e as associações patronais a exigir coisas penso sempre nos desempregados que apenas queriam emprego. Coisa simples mas em certos momentos difícil.
Quantas pessoas desempregadas e com habilitações estão preparados para ser professores sem discutir a avaliação? Quantas pessoas estão preparadas para assumir imensas tarefas com poucas exigências, desde que num quadro de dignidade?
Penso que o nosso futuro não passa por uma industria extensiva, onde vai sempre imperar a mão de obra barata (a nossa já não é).
Parece-me que não é criando imenso emprego público que vamos longe pois todos querem que os Estado (que somos nós) dê coisas mas ninguém quer dar nada ao Estado. Claro que não dá certo.
Penso que todos os desempregados deviam ser inseridos num programa de formação. Não por habilidade estatística mas para alargar as suas competências e melhorar a sua empregabilidade quando a economia se equilibrar. Este seria dinheiro mais bem gasto do que fazer estradas e outras tolices desnecessárias.
Ou apostamos em despesa pública que melhore a nossa competitividade ou teremos de ter salário e condições de trabalho de Chinês.
Diminuir impostos é inútil e ninguém explica como é que isso produz relançamento da economia. Fazer obras à toa é voltar a apostar na construção civil o que não é sustentável pois quando acaba a obra voltamos ao mesmo e já não há tanta obra necessária assim.
Mas quando precisamos de um estofador não há. Quando precisamos de um carpinteiro não há. Faltam pessoas formadas nos ofícios tecnicos. Acho que é isso que nos falta. Os pequenos empresários que sabem resolver problemas, que percebem de um oficio, de preferência tirando proveito da tecnologia disponível.
É para isso que é necessária formação.
Quanto a ajudar aqueles que se dizem ricos mas que devem milhões e se não fossem ajudados estariam na ruína é coisa que me ultrapassa. Nunca posso perdoar a um governo que permita tal coisa.
Nacionalizar tudo também não me parece solução. Resolver todos os problemas é impensável. É certo que o Estado ainda é mais forte do que as empresas ao contrário do que alguns pensavam, mas quando começa a comprometer o futuro começamos de imediato a pagar.
Foi o que aconteceu agora com o novo rating da República. Já temos um spread mais alto e estamos todos a pagar por conta da fragilidade que provoca tanto compromisso.
Parem de pedir e façam qualquer coisa.
Invistam na sua formação.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Alta velocidade

A propósito do TGV, tão falado ultimamente, no contexto da crise e das poupanças que se poderiam fazer tenho uma opinião daquelas à Portuguesa, ou seja, sem grande conhecimento de causa.
A Europa está a instalar uma rede de comboios de alta velocidade, confortável e que tem sido considerada pelos especialistas de transportes no âmbito do ordenamento do território como uma das realizações mais marcantes, pois está a alterar gradualmente o paradigma dos transportes entre cidades de média/grande dimensão.
Até agora os transportes assentavam em viagens aéreas, em aviões de média envergadura, que ligavam estas cidades em regime ponte aérea.
O problema é que o espaço aéreo se esgotou e é cada vez mais difícil ampliar os actuais aeroportos ou construir outros que obedeçam a critérios de serviço e proximidade razoáveis.
Assim, parece que a tendência é o tráfego de curto/médio alcance ser realizado de comboio e deixar ao avião as viagens mais longas, onde o tempo perdido com controlos de segurança e burocracias inerentes a uma viagem de avião têm menos importância, uma vez que a viagem é de várias horas.
Quando a linha de TGV entre Madrid e Barcelona se iniciou, verificou-se um desvio de tráfego do avião para o comboio de cerca de 60%.
Assim sendo parece-me que primeiro há que fazer o TGV e só depois verificar se ainda é necessário aeroporto. Até porque não fazer TGV é colocar Portugal ao nível de Marrocos em termos de acessibilidade ao resto da Europa.

sábado, 17 de janeiro de 2009

Trabalhando em casa

Uma tendência já perfeitamente sentida é a desmaterialização da economia e o trabalho sobre suporte informático. Isto significa que podemos trabalhar em qualquer local e entregar-mos o nosso trabalho a uma institução que está noutro, bem distante, possivelmente noutro país.
Significa também que um Açoriano pode trabalhar para qualquer parte do mundo sem sair de casa, bastando-lhe para tal ter competências pessoais competitivas e uma estrutura de comunicações adequada.
Aqui surge um problema, pois nos Açores pagamos por serviços com determinadas características que não nos são efectivamente disponibilizadas. As velocidades de descarregar e carregar informação por via digital é muito inferior, se medir-mos, ao serviço que pagamos.
Mas no futuro ainda se carece de mais largura de banda e maior velocidade pois a evolução da economia desmaterializada disponibilizará mais produtos e as exigências serão muito superiores.
As autoridades deviam exigir a rápida recuperação da qualidade para os padrões comercializados e a planificação da implantação de uma infraestrutura de comunicações com uma arquitectura muito avançada. Os Açores são tão pequenos que o investimento pode ser feito como se tratasse de uma experiência laboratorial a nível europeu, ligando entidades interessadas como empresas, universidades e a União Europeia. Porque não pensar em redes inteligentes que sirvam as comunicações e a energia em simultâneo?

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

A quem pedir opinião?

A certos assuntos polémicos. Os jornalistas normalmente recolhem opiniões de pessoas conhecidas sobre estes assuntos. Sempre que há polémica sobre os Açores lá perguntam a opinião de um velho e conhecido constitucionalista que invariavelmente é de opinião que as pretensões açorianas são inconstitucionais.

Sobre economia perguntam a dois economistas que invariavelmente dizem que as pretensões dos Açores são impossíveis.

Eu também tenho opiniões e não estou agarrado a quaisquer interesses acho que esse constitucionalista já não devia ser chamado a dar opinião porque a sua opinião já conhecida e não é sequer independente o mesmo acontecendo aos economistas do costume.

Seria uma lufada de ar fresco trazer a opinião dos constitucionalistas do século XXI e dos economistas que vão ser ministros e não dos que foram. Ou definitivamente nos viramos para o futuro ou estamos perdidos.

Só falta perguntarem a opinião do Dr. Oliveira e Costa, que também já foi Secretário de Estado do tempo das facturas falsas (ai a memória) e angariou fundos para a campanha (estranha história), e foi presidente de banco (grande barraca, sendo portanto sobejamente conhecido. Deve ter uma interessante e desfavorável opinião sobre os Açores.

E isto é tão curioso que eu conheço muita gente normalmente bem informada que não conseguiu compreender o caso dos Açores e o porquê da polémica. Será que o facto de o Presidente ouvir ou não a região é o assunto mais importante? Quando era Primeiro Ministro os órgãos de Governo da Região eram ouvidos várias vezes depois dos diplomas estarem publicados, embora fosse constitucionalmente obrigatório. Grande respeito!

Penso que o Presidente da Republica está a perturbar o regular funcionamento das instituições em vez de o garantir.

A História não deixará de deixar claro que estas manobras políticas só desmerecem quem as pratica.

sábado, 10 de janeiro de 2009

Aproveitamentos

Muitos políticos, economistas e outras pessoas que manifestam a sua opinião têm ultimamente apresentado argumentos favoráveis a certas medidas e desfavoráveis a outras.

Se prestar-mos atenção verificamos que, em geral, as análises nada têm de cientifico e que na maior parte das vezes o que é afirmado enfermada de incorrecções de ordem teórica e factual.

Mas pior de tudo, é que as medidas propostas por estas individualidades são precisamente as mesmas que propunham à um ano. Ou seja, a crise apenas está a ser aproveitada para servir de argumento quanto à oportunidade das mesmas medidas.

Em cada século há algo que faz mudar realmente a economia, o social e a politica. No século XX foi a 1ª grande guerra. Esta crise marcará a mudança para uma nova formula. Mas só haverá um novo paradigma quando mudarem os actores e as fórmulas.

Por enquanto a crise está a servir para cada um reivindicar o mesmo, fazendo crer que a resolução do seu problema é que resolverá a crise. É pena porque é uma perda de tempo.

domingo, 4 de janeiro de 2009

2009

Suponho que 2009 vai revelar-se um ano muito curioso. Se por um lado as expectativas são más penso que a sensação de desconforto poderá fazer reagir as pessoas e fazer concentrar os esforços na busca das melhores soluções para resolver os problemas em vez de os debater infinitamente.
Espero sinceramente que a entrada em 2010 seja já mais optimista, fruto do trabalho esforçado de 2009.
Estou preparado.
Bom 2009