sexta-feira, 31 de julho de 2009

Gripe

Parece que as mutações de Gripes animais têm um não sei o quê de especial pois todos dão uma atenção especial a este assunto.
As actuais medidas são desproporcionais e nunca foram tomadas para doenças que afectaram a saúde de mais pessoas e até com consequências bem mais devastadoras.
Se a grande mobilização de recursos usada para a gripe A fosse aplicada à toxidependencia e ao alcoolismo a vantagem seria bem mais visível.
Parece-me que a moda chegou à saúde, sector que até à pouco tempo sustentava a sua acção com base na ciência.
Nem com a gripe comum, que tem um contagio idêntico e que afecta muito mais pessoas, foi alvo de uma campanha séria.
Parece que é altura de fazer um ponto de situação sobre as reais prioridades em saúde pública e tirar a voz aqueles que muito falam para mostrar um protagonismo que serve apenas para alimentar egos pessoais.

terça-feira, 28 de julho de 2009

Água

Tem sido noticia frequente a dificuldade sentida em manter o nível de abastecimento de água às populações em quantidade e qualidade.
Não é nada que não seja previsível, pelo menos desde os anos 90 do século passado.
As zonas de recarga das nascentes e dos aquíferos subterrâneos estão impermeabilizadas com pastagens que afectam a sua qualidade e interferem com os níveis de recarga.
A água vai ter de ser encarada com outros olhos.
A protecção das zonas de recarga com a plantação de floresta e uma alteração profunda na produção de alimento para o gado são medidas que podem ser tomadas e que teriam um grande impacto.
A floresta é uma actividade muito importante e que contribui para o equilíbrio ecológico sensível como o nosso.
Até agora tem sido possível cobrir as reduções de caudal com investimentos em novas captações mas esta via tem um limite e depois só resta a via da dessalinização.
Só espero que não seja na minha vida pois a água dessalinizada é péssima para beber, além de ser substancialmente mais cara.
Esperamos que entre Governo e Autarquias se encontre um consenso e o financiamento adequado à protecção deste recurso que faz a ilha verde ser verde.
Se nada for feito temos daqui a uns anos uma ilha verde que será seca e pouco verde.

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Energia Solar

A instalação de painéis solares para aquecimento de água pode fazer uma grande diferença na factura energética e conta até ao fim do ano com um apoio muito interessante.
Uma casa com 4 habitantes pode adquirir um sistema por termossifão por menos de dois mil euros que podem ser pagos em suaves prestações ao banco. O termo suave aplica-se uma vez que a prestação é inferior à poupança na factura energética pelo que se torna imediatamente favorável.
Esta medida, se fosse generalizada, poderia fazer com que uma porção de dinheiro muito substancial não saísse da Região todos os anos, depois de passado o efeito do investimento.
Mas ao contrário de outras tecnologias também aqui há uma diferença. O equipamento pode ser fabricado em Portugal.
Curiosamente os sistemas portugueses são os que maior rendimento energético apresentam pelo que são mesmo a melhor opção.
Assim sendo aconselho a que se dirijam ao seu banco e solicitem informações sobre o assunto. Verão que é um bom negócio.
Ainda por cima pode contribuir para um menor pagamento de impostos e para se apresentar como um defensor do ambiente que como se sabe está na moda.

sábado, 11 de julho de 2009

Sonhei que ...

É verdade. Numa destas noites estava calor e o meu sono foi invadido por um sonho, daqueles que parecem um filme.
Tratava-se da conversa de dois personagens que discutiam a gestão de um contrato.
Um deles representava uma empresa que teria de compensar a instituição representada pelo segundo num certo valor.
De repente o devedor propõe que o acerto seja efectuado através da aquisição e instalação de um sistema de controlo de velocidade a instalar em diversos pontos de uma localidade.
O outro não conteve um brilho nos olhos pois a instalação deste sistema podia ser apresentado como uma medida muito eficaz de protecção da segurança daquela população com evidentes dividendos políticos.
Ficou assim combinado e assim se fez.
O efeito politico foi obtido.
As multas que estão a ser diariamente passadas só devem chegar às populações dentro de seis meses.
Grande parte do trânsito desviou-se para uma alternativa SCUT com receio de tão traiçoeiro sistema de controlo e a empresa que pagou a compensação compensou a despesa com o aumento das portagens virtuais em três meses.
O brilhante interlocutor que aceitou tão mal intencionada oferta está agora atrapalhado com o aumento da despesa mensal com as portagens virtuais da SCUT.
Dentro de seis meses começarão a chegar as multas a casa das pessoas e dentro de sete meses as segundas multas e dentro de oito meses começarão a ser retiradas cartas de condução (sempre com seis meses de atraso).
A revolta instala-se e as cruéis maquinetas são substituídas por semáforos menos traiçoeiros e mais pedagógicos.
A despesa foi em duplicado mas tudo acaba em bem menos para todos aqueles que ainda durante seis meses continuarão a receber multas e a ficar sem carta.

terça-feira, 7 de julho de 2009

Abstenção

A democracia parte do princípio que os cidadãos têm direito ao voto. Esta é a forma de participar nas decisões pois ao votarmos estamos a fazer escolhas.
As recentes eleições para o Parlamento Europeu registou uma elevada abstenção pelo que se pode deduzir que as pessoas não acharam que havia escolhas a fazer pois o que os candidatos diziam não indiciava qualquer alteração na vida do dia a dia. Os problemas seriam os mesmos.
Já as eleições para a Direcção do Benfica contaram com um número de votantes nunca visto. Provavelmente os sócios acharam que estavam na presença de dois caminhos e decidiram escolher o que mais lhes agradava.
Esta é uma lição muito grande para quem gere as campanhas. Ou há caminhos diferentes e escolhas perceptíveis ou porquê votar?
Uma melhoria substancial seria votarmos em nomes e não em partidos pois os nossos deputados seriam escolhidos por nós e nós (os eleitores) podíamos pedir-lhes contas. Esta simples medida acabaria com representantes que só lá estão porque estão caladinhos e obedecem a quem lá pôs o seu nome na lista, atitude que em nada defende os interesses do povo.
Quando a democracia é levada a sério pelos políticos o povo não se abstém.
Agora votar quando não há escolhas contribui para um número cada vez maior de votos de protesto o que distorce os resultados e acabará por dar para o torto.
Ou será que queriam mesmo ser governados pelo bloco de esquerda, sair da União Europeia e da Nato, acabar com os ricos (que certamente faziam as malas e iam pregar para outra freguesia) e nacionalizar os sectores mais importantes da economia?