terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Trabalho, formação e competitividade

Um dos maiores desafios que se colocam aos decisores do nosso tempo é o de encontrar um caminho estratégico que crie emprego em boas condições para a população.
Neste momento de dificuldade, a maior é sem dúvida o crescimento do desemprego. Quando ouço os sindicatos e as associações patronais a exigir coisas penso sempre nos desempregados que apenas queriam emprego. Coisa simples mas em certos momentos difícil.
Quantas pessoas desempregadas e com habilitações estão preparados para ser professores sem discutir a avaliação? Quantas pessoas estão preparadas para assumir imensas tarefas com poucas exigências, desde que num quadro de dignidade?
Penso que o nosso futuro não passa por uma industria extensiva, onde vai sempre imperar a mão de obra barata (a nossa já não é).
Parece-me que não é criando imenso emprego público que vamos longe pois todos querem que os Estado (que somos nós) dê coisas mas ninguém quer dar nada ao Estado. Claro que não dá certo.
Penso que todos os desempregados deviam ser inseridos num programa de formação. Não por habilidade estatística mas para alargar as suas competências e melhorar a sua empregabilidade quando a economia se equilibrar. Este seria dinheiro mais bem gasto do que fazer estradas e outras tolices desnecessárias.
Ou apostamos em despesa pública que melhore a nossa competitividade ou teremos de ter salário e condições de trabalho de Chinês.
Diminuir impostos é inútil e ninguém explica como é que isso produz relançamento da economia. Fazer obras à toa é voltar a apostar na construção civil o que não é sustentável pois quando acaba a obra voltamos ao mesmo e já não há tanta obra necessária assim.
Mas quando precisamos de um estofador não há. Quando precisamos de um carpinteiro não há. Faltam pessoas formadas nos ofícios tecnicos. Acho que é isso que nos falta. Os pequenos empresários que sabem resolver problemas, que percebem de um oficio, de preferência tirando proveito da tecnologia disponível.
É para isso que é necessária formação.
Quanto a ajudar aqueles que se dizem ricos mas que devem milhões e se não fossem ajudados estariam na ruína é coisa que me ultrapassa. Nunca posso perdoar a um governo que permita tal coisa.
Nacionalizar tudo também não me parece solução. Resolver todos os problemas é impensável. É certo que o Estado ainda é mais forte do que as empresas ao contrário do que alguns pensavam, mas quando começa a comprometer o futuro começamos de imediato a pagar.
Foi o que aconteceu agora com o novo rating da República. Já temos um spread mais alto e estamos todos a pagar por conta da fragilidade que provoca tanto compromisso.
Parem de pedir e façam qualquer coisa.
Invistam na sua formação.

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