sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Gastar menos do que se tem

Tenho ouvido imensas noticias e comentários sobre as crises recentes e cada vez me convenço mais que se criou uma ideia errada acerca da capacidade dos estados fazerem face a uma crise que é, acima de tudo, uma crise de comportamentos.
Deixou de se poupar para fazer gastos maiores. Em vez disso contrai-se um empréstimo e paga-se uma prestação. A consequência foi o sobre endividamento das famílias.
Depois, claro, as pessoas que pensam assim começaram a fazer parte de governos e a governar assim. A consequência foram défices orçamentais sistémicos.
Depois começou a moda dos pobres quererem ser ricos muito rapidamente. Como com o trabalho não é fácil enriquecer, apareceram logo alguns que tiveram a ideia entrar na política e de usar contactos que tinham obtido enquanto desempenhavam altos cargos (com muito poder mas baixo salário) e fazer aquilo que em bom português se chama "pintar a manta", embora existam em linguagem jurídica uma série de crimes para cada caso. Roubar o estado é uma forma de roubar em grande e enriquecer rápido.
Curiosamente ninguém estranha que alguém tivesse um nível de rendimentos normal e que em pouco tempo surgisse uma fortuna. Isto só acontece ganhando a sorte grande ou de forma ilícita.
Já nem estranhamos que os bancos contratem espiões, com altos cargos nas agências de investigação nacionais. Para que deve um banco querer um homem das secretas? Terá grande capacidade de gerir fundos?
Acabamos agora com países que gastam mais do que têm há anos, como Portugal, com famílias que tinham acesso a um nível de vida que só durou enquanto a dívida foi comportável e foi possível sustentar o serviço da dívida. Após uns anos é que surge a dura realidade da insustentabilidade de gastar sistematicamente mais do que se tem.
Um país humilde transformou-se em poucos anos num país arrogante e exigente para tudo menos para trabalhar.
Claro que vão verificar-se imensas greves a exigir coisas que são impossíveis e não vai ser fácil explicar que o estado não é mais do que uma resultante do colectivo e que não tem dinheiro para dar porque na realidade os portugueses não produzem o suficiente para gerar uma grande riqueza geradora de impostos (receitas do Estado) que por sua vez poderão em parte ser redistribuídas.
Ouço políticos a falar de políticas erradas, dando a entender que o certo seria mais despesas e compromissos, nem que isso fosse possível.
Ou alguém para com este movimento e fala direito ou isto vai acabar muito mal porque tudo é desculpa para não trabalhar que, de facto, a única via que, associada a uma maior formação geral, pode desencadear fenómenos positivos.
O momento é de trabalhar muito, gastar muito pouco, poupar, investir com um sentido muito apurado e rigoroso da responsabilidade e tentar fazer tudo melhor e com menos recursos.
Esse é o caminho...

domingo, 7 de dezembro de 2008

Jogo político - Educação

O que se passa no ensino neste momento é lamentável. Os professores são conduzidos por um sindicato com um perfil muito próprio que alimenta os mais básico ódios contra tudo e os canaliza contra a Senhora Ministra da Educação.
Nesta excitação não se coibiram de desestabilizar as escolas, as aulas, as avaliações e pior que tudo, os alunos, envolvendo-os em lutas que não são deles e distorcendo as razões de forma a que todos tenham razões de queixa.
Sei que os professores têm por motivação o dinheiro que ganham. Embora o embrulho seja o de estar contra um processo de avaliação que diferenciará os bons dos maus professores e, de acordo com essa hierarquia os que progridem na carreira e os que não progridem.
Já as motivações da Senhora Ministra da Educação são mais simpáticas, uma vez que no fundo o que se pretende é melhorar o sistema de ensino e proporcionar uma melhor educação aos nossos filhos.
Propor um sistema alternativo assente na auto avaliação é o cumulo. Então os alunos não são avaliados pelos professores de forma independente da auto avaliação? Claro que os professores também têm que ser avaliados por alguém externo e não por cada professor dar MUITO BOM a si próprio.
Já as motivações dos sindicalistas são desconhecidas mas já conheço o suficiente para saber que se trata de algo que não passa pelo interesse nacional e muito menos dos nossos filhos.
Quem quiser fazer as suas revoluções que as faça longe dos meus filhos porque eu cá continuo a achar que ninguém é obrigado a ser professor e se é tão mau assim não se reformem, despeçam-se e arranjem outro emprego.