terça-feira, 29 de julho de 2008

Universidade

Estava a ouvir rádio enquanto conduzia quando passei por uma estação que estava a transmitir uma série de opiniões sobre as dificuldades financeiras que atravessam as Universidades, nomeadamente a dos Açores.

Fiquei muito surpreendido pois se há local onde a especialização é maior espera-se que seja na Universidade onde o que não falta são licenciados, mestres e doutores. Mas afinal parece que, mesmo assim não conseguem sequer gerar trabalho que pague os seus salários ficando à espera que a Universidade seja como as escolas primárias e secundarias.

Eu sugeria que tentassem valorizar o seu produto - o conhecimento - no mercado porque se não o conseguem fazer então fica uma dúvida terrível. Como podem ensinar tantas coisas se não as conseguem por em pratica?

segunda-feira, 28 de julho de 2008

A noite

Uma visita à noite pela cidade de Ponta Delgada mostra-nos uma cidade pacata.

Há um grupo de jovens no Campo de São Francisco, uns grupos espalhados pelas zonas de bares no centro da cidade e um grupo de pessoas de várias idades nas Portas do Mar. Há medida que a noite avança o efeito do álcool vai-se manifestando.

Policia, só se vê na porta do Banco de Portugal, na porta da Presidência do Governo e nos dois edifícios da Polícia.

Nas Portas do Mar, a fraca iluminação da zona superior não inspira grande confiança e penso que a zona baixa devia ser encarada pela Polícia como sendo uma zona a patrulhar o que não me parece que aconteça.

Já muitas vezes chamei à atenção para o facto de haver uma sensação de insegurança muito ligada à forma como o policiamento das nossas zonas urbanas é realizado.

A missão das polícias tem que ser mais orientada para as preocupações dos cidadãos. Só assim podemos dar um sinal de confiança às pessoas.

quarta-feira, 23 de julho de 2008

Férias

Eis um bom período para verificar como evolui a nossa ilha.

Muito tem sido feito pelo Governo e pelas Autarquias. Mas gostava de realçar o que tem sido feito por outros, pois estes não fazem mais do que a sua obrigação e mesmo assim talvez uma prioridade publica efectiva ao ambiente não fosse mau. Claro que para isso tinha que se deixar de confundir ambiente com paisagem, mas isso já é outra conversa.
Empresas que se reorientaram para o ambiente, que investiram em melhores condições de atendimento ao cliente, que têm serviços pós-venda muito mais eficientes são uma realidade.
Empresários que lutam com dificuldades imensas ao nível da mão de obra muito pouco qualificada e geralmente pouco atenciosa. Veja-se a diferença do atendimento de brasileiros, simpáticos e alegres, enquanto os colegas de cá fazem o grande favor de nos servir.
Enquanto isso temos um conjunto de formadores que precisavam de urgente reforma pois o que se passa é inacreditável. Como é possível que uma Universidade com tanta gente tão formada não consiga valorizar o seu "trabalho" em vez de anunciar que está em crise? Será que ensinam aos seus alunos a ser dependentes de um emprego em vez de ser empresários? Que diabo de incapacidade é essa? Nós nem sabemos o que anda a investigar a Universidade dos Açores nem quais as suas competências, como podemos usar os seus serviços? Se tivermos interesse temos um gabinete de comunicação com quem falar e que nos encaminhe para as pessoas certas?
Não. Nada disso. Não temos nada. Temos a sensação que é muito difícil usar dali seja o que for a não ser o edifício. Assim não nos venham pedir dinheiro.
Bem ajam os que mexem. Os que se mostram vivos.
Um exemplo disso é Clube Naval de Ponta Delgada que após um profundo adormecimento começa a dar sinais de vida com um conjunto exemplar de iniciativas e um bar renovado, moderno e agradável.
Claro que a critica dos que não conseguem fazer mais do que falar mal já se iniciou com um lobby que aproveita a sede dos órgãos de comunicação social pelo enredo.
Viva quem tem auto estima e não se deixa abater pois é com esses que evoluímos. Os outros ficarão esquecidos para sempre.

segunda-feira, 14 de julho de 2008

EDA

Foi com muita atenção que ouvi a intervenção do Presidente da EDA na AMBITECH.
Sobre os assuntos que interessam e estão na agenda do dia no mundo da energia nem uma palavra.
Para a EDA ainda não há nada a dizer sobre a produção de electricidade por parte dos particulares, com exportação dos excedentes para a rede.
Já a EDP não só está a preparar a rede numa lógica Smart Grid que permite a gestão da qualidade de uma rede multiprodutor como permitirá ainda ter uma gestão da procura de forma activa através de um tarifário dinâmico. Até tem previstas condições de financiamento para apoiar os clientes a instalar painéis solares.
Aqui, como ainda não discutimos este assunto ne se discute os inconvenientes das estimativas em vez de leituras que contribuem para dificultar a percepção do impacto do acto do consumo na factura de energia.
Enfim, nem todas as empresas podem ser desempoeiradas.

domingo, 13 de julho de 2008

A prioridade

A grande prioridade da justiça é punir exemplarmente os alunos que por causa de um telemóvel e de uma estranha professora (que como se viu tinha uma grande amizade com eles) foram vedetas de TV.
Entretanto autenticas cenas de filme com inúmeras armas bem visíveis a TV não dão em nada. Os pobrezinhos, que até dizem que não têm nada que ver com o assunto, apenas têm que se apresentar uma vez por semana a um magistrado.
Bandos nas praias geram o pânico. Parques de estacionamento são assaltados. Tudo normal.
O Problema da insegurança é a aluna e o colega que filmou.
Estará tudo louco? Ou será impressão minha. A autoridade só é forte com os automobilistas (até ao dia em que estes comecem a reagir com caçadeiras). A realidade é que a falta de respeito pela autoridade está a atingir o ponto máximo e, muito sinceramente não sei se podemos estar tranquilos pois isto não me parece que vá por bom caminho.

Seminário AMBITECH

Pode dizer-se que correu bem.
Só é pena haver tanta gente com tanta opinião e ver que quando há conferencias com alguma qualidade muitos profetas não estão presentes e não expõem aquelas teses fantásticas que costumam defender ao contraditório dos especialistas.
Foi bom ver os sistemas com tecnologia de Tratamento Mecânico Biológico a serem abandonados por toda a parte menos no Plano dos Açores.
Ficamos a saber que um dos maiores sistemas nacionais que investiu nessa tecnologia anda a colocar noutros sistemas os refugos (o que sobra depois do tratamento) que mais de metade do total e estão a negociar uma linha de incineração como solução. Ou seja, uns milhões mais tarde faz-se incineração.
Enfim. É sempre difícil ter uma opinião independente das modas. É a vida.

Portas do Mar

Muitas opiniões se ouvem sobre as Portas do Mar. Estive por lá e o que vi é simples. A população estava a precisar de um lugar para dar um passeio à beira mar, comer algo e em segurança (que ainda não há efectivamente mas certamente será corrigido)estar junto ao mar.
A população aderiu e os jovens sentem-se em casa.
Tudo o resto é conversa.
Ponta Delgada ganhou um espaço em que as pessoas podem usufruir, ao contrário de outras obras.
Todos vão esquecer as críticas e os problemas que eventualmente venham a ser detectados serão resolvidos.
Vi lá tanta gente à noite que me lembrei dos velhos tempos em que todos iam dar uma volta na avenida depois do jantar.
São os novos tempos.

segunda-feira, 7 de julho de 2008

Justiça

Sempre que a situação se complica, vem a frase politicamente correcta de que "eu acredito na justiça".
Raramente é verdade. Ou é dito por receio de dizer o contrário e sofrer represálias ou é dito com a convicção de que dizendo isto os outros acreditam na inocência.
A verdade e que nas conversas que se ouvem já poucos acreditam na justiça. Os motivos são variados. A lentidão premeia o criminoso e dá uma sensação de clara impunidade.
Quando as coisas correm mal não temos nenhuma possibilidade de penalizar alguém uma vez que o sistema de justiça não é democrático no sentido em que o povo não vota em ninguém.
Assim como ficamos?
Alguém sabe explicar porque razão um automobilista é espremido pelo sistema de justiça, depois de o ser pelo sistema fiscal e os gatunos são presentes a tribunal e soltos? Alguém explica que é assim que deve ser a quem depois é perseguido por ter colaborado com a justiça como testemunha?
Alguém aceita que só um crime de gravata seja alvo de ordem de prisão em Portugal?
Alguém acha normal que depois deste tempo todo o caso casa Pia ainda se arraste pelos tribunais?
Queremos votar em alguém responsável a quem possamos pedir explicações!
Queremos que o povo seja parte integrante das decisões através da banalização de júris.
Queremos rapidez na justiça e castigo a quem ameaça e rouba. A sensação de insegurança não deve vir deste tipo de gente. Já nos basta a ameaça do clima, do emprego, de novas doenças e de coisas que agora nem me lembro.