segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Enfrentar os momentos difíceis

A verdade é que estamos a entrar numa crise que é Mundial, Europeia, Portuguesa e está começando a ser açoriana e Micaelense.
Neste contexto é necessário ter muita cautela com o que fazemos. Por-mo-nos todos a pedir ajuda ao Governo não é com certeza a melhor coisa a fazer. Pedir tolices ao Governo ainda pior até porque nos arriscamos a que sejam satisfeitos os pedidos.
Temos de encarar os momentos difíceis com cautelas quanto ao interesse dos investimentos. Os melhores são os que geram autosuficiencia, produzem bens ou serviços exportáveis ou que substituem importações.
Os investimentos têm que gerar riqueza pois é assim que se resolvem as crises. Já agora também é importante que gerem emprego (não público).
Diminuir impostos como o IRC só ajuda empresas que não estão em dificuldade e reduzir as taxas sobre os combustíveis só serve para adiar as necessárias políticas de utilização racional de energia e empobrecer o Estado e, consequentemente, reduzir a sua capacidade de intervenção (investimento público e redistribuição de rendimento).
Está na altura de pensar-mos o que podemos fazer para ajudar e não a quem pedir ajuda.
Somos remediados mas podemos ter a ambição de ser ricos. O caminho é trabalhar mais e melhor e não pedir empréstimos e benesses.
Espero que os principais decisores micaelenses, regionais, nacionais, europeus e mundiais estejam à altura desta era de mudanças em que muitas dificuldades se adivinham.
Não vale apenas apregoar teorias que cá é diferente. Esse seria um erro trágico. Enfrentar os problemas com sabedoria e transparência é o que se espera.
Preparemo-nos para uma redução do emprego, das exportações e do turismo.
Veremos pessoas sobre endividadas a sofrer as consequências de uma quebra do financiamento bancário sem cobertura.
Os activos vão desvalorizar-se e as garantias dadas a empréstimos serão insuficientes.
Mas neste clima geram-se oportunidades. Espero que sejam encaradas como oportunidades para mudar e não fazer mais do mesmo.

domingo, 9 de novembro de 2008

Auto estima baixa

A economia vive muito de acções reais, do talento e do conhecimento, do trabalho e do esforço mas também vive de acreditar que há um amanhã melhor do que o presente.
Infelizmente estamos a atravessar um momento em que a auto estima está muito baixa e que ninguém acredita que estamos a atravessar um mau momento, mas que, tal como outros, será ultrapassado pelo esforço e pelas acções de todos nós.
É lamentável ver professores a manifestarem-se numa altura destas enfurecidos porque não querem ser avaliados para progredir na carreira (embora digam que não querem é esta avaliação). Era talvez bom dar-lhes um Ministro da Educação do Bloco de Esquerda que eles logo viam o que era bom. Ao contrário do que se pensa nada pode correr bem sem trabalho.
É triste ver que os noticiários querem sangue numa altura destas e que dão atenção a todos os que reclamam, exigem e gritam, quando, ao mesmo tempo é dada tão pouca atenção aos que propões e lutam para que a normalidade regresse.
Convinha que nos esforçasse-mos um pouco para ultrapassar esta situação e pensar o que é que nós podemos fazer em vez de exigir que o Governo faça por nós.
É tempo de responsabilizar as pessoas que criam situações de crise e depois acham que é tudo normal e que têm que ser os contribuintes a pagar para corrigir os danos.
Há que fazer escolhas drásticas. Muita gente influente tem que ter paciência mas o seu tempo acabou. Falavam tanto em ética e afinal era o que se vê. Se deixar-mos vamos assistir a uma suave repetição de tudo.
O ar pachorrento dos que dizem que nada podia ser feito não compreendem que a nossa opinião é que se só conseguiam fazer isto então não podem estar lá porque isto é pouco.
Se todos fossemos um pouco menos egoístas talvez pudéssemos encontrar muitas pequenas soluções para muitos pequenos problemas, ajudando-nos a aumentar a auto estima e sair desta dificuldade.
Parece-me que todas os partidos chumbarem o Orçamento de Estado é um sinal de que não estão preparados para contribuir para a solução estando centrados no problema.
Há uma geração que chegou ao fim. Desejo-lhes uma reforma feliz.