segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Gestão da orla marítima

Os dados avançados para as alterações do clima referem um aumento do nível médio da água do mar. Os estudos indicam cerca de 0,5 metros para a Inglaterra e já se fazem estudos sobre os riscos que daí advêm e a influência nas infra-estruturas litorais bem como no tipo de protecção que será necessário realizar.
Os números avançados são meras estimativas, ainda muito preliminares, mas atingem já valores muito elevados.
Nos Açores, as variações do nível do mar também se vão verificar, embora com um valor menos expressivo do que na Inglaterra. De qualquer forma terá influência muito importante na linha de costa e nas infra-estruturas portuárias.
Estão a construir-se novas infra-estruturas e a ampliar algumas mas não se houve falar em nenhuma destas problemáticas.
Certamente que foram avaliadas e estão, preventivamente, a ser tomadas medidas para fazer face a pelo menos variações de 20 centímetros, com correcção da pressão exercida pelo mar e nos níveis de galgamento das docas.
Nem nos passa pela cabeça que se continue a abordar este problema numa lógica de "business as usual".
A construção de protecções nas zonas onde o mar está num nível próximo da costa serão mais fáceis construir agora do que mais tarde.
Alem disso, parece que as tempestades vão aumentar de frequência e não diminuir.
Só esperamos que não se comecem a formar furacões na costa africana a subir até aos Açores como acontece na costa americana. Também já vi algumas referencias a esta possibilidade.
Mas no fim de contas já estamos habituados ao mau tempo.

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Revolução necessária

Costumo ler partes dos programas partidários antes das eleições.
Nas últimas também o fiz. O que procurava? Simples sinais de uma intervenção e debate sobre a justiça que tivesse a intenção de transformar este sector em algo que os portugueses se possam rever e confiar.
Em mau momento o fiz porque não havia nada.
Os partidos estão reféns de decisões de tribunais e do stress dos média.
As coisas que se ouvem são assustadoras.
Decididamente ninguém acredita que, da forma que as coisas estão, possa haver justiça.
Nem para quem reclama direitos, para quem foi roubado ou alvo de erros grosseiros que põem vidas em risco. Que se investiguem os crimes com provas e não pondo escutas em toda a gente. Enfim que as polícias, os tribunais, o ministério público e todo este sistema funcione em prol do povo de forma correcta.
Quando se vê uma série de justiça americana vê-se uma preocupação com a procura da verdade. Será isso que se vê em Portugal?
Não me parece. Os jornais arranjam capas para vender.
O segredo de justiça é uma instituição interessante que serve o boato pois com uma centelha de verdade aproveita-se para fazer crer coisas erradas. Nunca se esclarece a origem das fugas.
Arranja-se um burburinho e desacreditam-se as instituições.
No fim temos imensa gente a perder tempo e não temos ninguém preocupado em fazer o sistema funcionar, nem que para isso seja necessário uma revolução nas instituições.
Esse é um problema que devia ser o lema da Presidência da República.

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Novos plásticos

Quem acompanha o desenvolvimento da tecnologia encontra por vezes notícias interessantes.
É o caso da recente noticia de que cerca de 90% dos plásticos actuais podem ser substituídos por bio-plásticos, provavelmente na próxima década.
Novos bio-polímeros foram já disponibilizados no mercado para substituição de polímeros simples como os PVC, PET, polipropileno e polietileno são já disponíveis no mercado. Contudo, também já se conseguiu produzir equivalentes renováveis de polímeros com maior complexidade como a poliamida ou o poliéster.
Na composição destes novos bio-plásticos estão normalmente açucares ou resíduos de madeira.
Naturalmente colocam-se sempre problemas de escala mas parece que este é um mercado a acompanhar porque na Ilha de São Miguel há açucares e resíduos de madeira.
Quem quiser ter mais informação pode consultar "http://www.european-bioplastics.org/media/files/docs/en-pub/PROBIP2009_Final_June_2009.pdf" onde poderá encontrar o estudo.
No contexto de redução generalizada das emissões de carbono este será sem dúvida uma via para reduzir utilização do petróleo e as consequentes emissões de CO2.

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Salários

Todos as discussões salariais consideram como referencia a variação do PIB. Uma parte desta variação deve-se à inflação e a parcela restante a ganhos de produtividade.
Os sindicatos não pedem só a inflação mas a inflação mais os ganhos de produtividade o que se compreende, pois assim a repartição do rendimento entre capital e trabalho se mantém.
Agora põe-se um problema diferente e que vai ter muita influência no futuro próximo. O PIB vai decrescer em 2009, possivelmente com uma inflação negativa ou próxima de zero e uma quebra de produtividade muito elevada.
Se os salários acertassem por este valor tudo ficaria normal menos o sentimento de roubo que se instalaria nos trabalhadores assalariados.
Mas se os salários aumentarem então Portugal vai ter uma forte quebra de competitividade e uma alteração da repartição dos rendimentos favorável ao trabalho.
A satisfação dos trabalhadores pois numa situação destas o que normalmente acontece é que quem tem capital para investir procura a melhor aplicação e esta pode possivelmente ser encontrada noutro país.
Em momentos difíceis é preciso fazer sacrifícios justamente repartidos. Este é um comportamento de quem tem a literacia suficiente para entender como pode a prazo não ser pobre.
Será o caso de Portugal?