domingo, 31 de maio de 2009

O desígnio do Mar

O Prof. Daniel Bessa apontou o mar como um dos desígnios dos Açores. Também me parece.
Apontou a possibilidade de a Universidade dos Açores ter um foco de especialização nas ciências do Mar que fosse uma referência nacional. Também penso assim à muitos anos.
Acontece que a Universidade dos Açores tem apenas um exíguo departamento no Faial. Lá colocado apenas para satisfazer uma lógica de tudo repartir que é tão válida como a lógica da batata.
O resultado é que o pólo do Faial nunca vai ser coisa nenhuma e a lógica do mar só ganhava se fosse aproveitado um conjunto alargado de conhecimentos com o foco do mar.
Por exemplo o departamento de economia podia ter especialização no mar enriquecendo assim o conhecimento útil sobre o mar.
Com alunos e uma integração dos saberes a economia regional podia ganhar francamente.

Educação

Penso que a reforma da educação passa por ter uma resposta mais diversificada. Apoiar o ensino privado através de uma política de incentivos identica à que há para outras empresas e o pagamento de 70% do custo que a Região tem para um aluno em identico estabelecimento público.
O estado poupava pois passava a ter apenas 70% do custo que hoje tem. Reduziria o parque escolar público à medida que o fossem sendo desnecessárias algumas escolas e passaria certamente a gerir melhor um universo mais pequeno de escolas.
Os alunos ganhariam com a concorrência que daria vantagem às melhores escolas. Os maus professores sairiam a perder pois onde estivessem criariam um incentivo à abertura de uma escola privada.
Estou farto de ver professores a protestar porque não querem ser avaliados enquanto tantos portugueses enfrentas a tragédia da ameaça do desemprego.

sexta-feira, 29 de maio de 2009

O valor do emprego

Num momento em que o desemprego cresce e que muitas famílias, que viviam tranquilamente, vivem o desespero de verem o seu emprego em causa, choca ver o sector público a fazer greves por razões menores.
Os sindicatos não querem saber de nada.
Num momento de crise, aproveitam a perturbação para acentuar o clima de criticas ao Governo e aumentar o ambiente psicológico de revolta. A destruição das instituições parece ser o objectivo.
Os funcionários públicos deviam dar valor à segurança no emprego que desfrutam. Era um sinal de respeito pelos que, não sendo funcionários públicos, se encontram numa situação de insegurança pois todos os dias se assiste à destruição de empregos.
Isto para já não dizer que a maioria dos funcionários públicos ganham mais do que ganhariam se trabalhassem no sector privado. Luxos.
Um esforço conjunto para melhorar a situação era bem vindo.

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Política de Investimentos na Saúde

A saúde é um sector vital para o bem estar das populações.
Infelizmente nem sempre as decisões que são tomadas podem ser compreendidas por pessoas que, como eu, têm pouca informação sobre o sector, mas sabem o suficiente sobre investimentos públicos para ficarem confortáveis com a situação.
Desde logo não se conhece quem são os médicos de saúde pública que equacionam as políticas de saúde que depois se traduzem em investimentos imóveis, tecnológicos e humanos. E se não são médicos de Saúde Pública quem raio é que é?
São com frequência referidos investimentos em equipamentos únicos na Região, e que portanto devem servir os utentes de todas as ilhas, para ficarem instalados no Hospital da Terceira.Acontece que qualquer economista júnior sabe que os investimentos em saúde se fazem por níveis de população alvo e que devem haver hospitais de primeiro nível (dada a população será sempre e obviamente o de São Miguel) de segundo nível (neste caso o da Terceira) e de terceiro nível que poderá ser o da Horta, mas só porque não existe mais nenhum porque a Horta não tem população que justifique mais seja o que for do que o Pico.
Assim sendo, o sistema de saúde e o respectivo orçamento beneficia sempre que a aquisição de um equipamento único nos Açores seja colocado no Hospital de São Miguel.
Já agora, aquela ideia de por o laboratório para a Gripe A na Terceira é outra medida surpreendente pois a Ilha de São Miguel é que tem voos para os EUA e Canadá, locais geradores do maior risco. Assim este laboratório devia estar em São Miguel por uma questão de saúde pública.
Mas parece que o facto de a Secretaria Regional ser na Terceira faz com que, aparentemente, se verifique uma distorção na lógica de racionalidade dos investimentos.
É uma pena que um sector que gasta tanto dinheiro e com dividas tão grandes e permanentes tenha decisores que não contribuem para melhorar a situação, antes agravando-a.
É altura de começar a ter racionalidade nos investimentos porque senão só nos resta retirar a Secretaria da Saúde da Terceira e talvez colocá-la na Horta, para equilibrar durante una tempos as coisas.
A realidade é que o Governo devia estar todo em São Miguel, deixando para a Terceira o Representante da Republica e o Bispo e para a Horta a Assembleia Regional.

terça-feira, 19 de maio de 2009

Trabalhar para ter futuro

O futuro é sempre construído no presente. É o trabalho que hoje desenvolvemos que abrirá boas ou más perspectivas para o futuro.
Hoje há uma pressão terrível para resolver tudo rapidamente.
Acontece que tudo o que é importante não pode ser resolvido rapidamente, porque é complexo e porque envolve muitas pessoas, formas de pensar e saberes.
A disciplina é boa companheira em momentos de aflição.
Penso que a administração da justiça é um dos pressupostos de reforma necessária à obtenção de sucesso. Não se trata de mudar leis mas antes aplicá-las, mesmo que se trate de magistrados. Talvez o caso que está actualmente a preencher noticiários venha dar um contributo importante nesse sentido.
A responsabilização das pessoas pelos seus actos é essencial e as leis não podem ser sempre permissivas porque a realidade social vai traduzir esta prática legislativa numa autorização para o terrorismo local, para a insegurança, para práticas que liquidam o esforço de quem trabalha com convicção.
Estamos sempre a pedir ao estado que resolva, seja o que for que há para resolver. Mas o Estado somos nós e colectivamente só resolvemos seja o que for com uma grande concentração no trabalho.
Falta-nos rigor, e sem ele a sensação de revolta vai-se acumulando e é fácil prever que se instalará um clima de instabilidade social prejudicial a quem quer resolver uma crise.
Pede-se uma visão de longo prazo, orientada com rigor e apostada num crescimento das habilitações da população, para que se possa passar para um patamar mais competitivo a nível internacional e criar empresas geradoras de riqueza e portanto de emprego sustentável.
Não gastem mais dinheiro a salvar tudo e todos senão daqui a um ano ninguém nos salva de mais vinte anos de penúria.

domingo, 10 de maio de 2009

O poder da representação

Está, ao que parece, na mão dos deputados apreciar uma proposta de legalização de touradas picadas nos Açores.
É bom que os deputados tenham a noção que representam o povo acima da sua própria opinião. Eu sou totalmente contra esta barbárie e penso que a maioria também é. Assim espero que os deputados compreendam que só têm que fazer o que se espera deles - votar contra sem qualquer margem para dúvidas.
Se há coisa que fica mal é usar um nobre direito constitucional para regressar ao passado, a formas de violencia que aos poucos vão sendo substituidas pelo desenvolvimento e pela cultura.
O direito constitucional que permite aos Açores legislar deve servir para resolver problemas e adaptar leis à realidade da Região. Não deve servir para criar problemas e desconforto.
Teria vergonha de dizer que pertenço a uma Região que decidiu picar touros para saciar o prazer de uns quantos selvagens que pensam que estão no circoo Romano.
Não contribuam para que ninguém respeite os politicos.

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Procurador Geral

É realmente uma pena mas essa coisa de irem buscar figuras que podem ser extremamente competentes mas que não geram qualquer empatia e que utilizam uma expressão muito difícil é uma péssima ideia.
São estas coisas que fazem com que o povo não ligue a um conjunto de instituições e que estas, consequentemente perdem qualquer importância.
Ninguém aguenta mais do que um minuto a ouvir qualquer um dos candidatos apresentados.
Quando será que se começa a propor gente nova (embora com experiência de vida) para estes cargos?
Qual é o jovem que ouve uma pessoa que luta com as palavras na tentativa de ser elegante e não fazer alguma afirmação imprópria?
Existem pessoas que são muito úteis em Universidades onde levam a vida a estudar uns pormenores muito interessantes e que efectivamente vão contribuindo para um maior conhecimento das questões. Mas daí a representar o povo vai uma distancia enorme. Essas pessoas não vivem neste mundo. Basta ouvi-las para saber isso.
São estas coisas que afastam os jovens da política. Nem perdem tempo a pensar nisso.