segunda-feira, 29 de junho de 2009

Inovação eléctrica

Hoje foi anunciada a inauguração de alguns postos de fornecimento de energia eléctrica destinada a veículos eléctricos que vai servir de base à introdução em Portugal de um veículo eléctrico.
Todo este projecto está integrado por uma estratégia da EDP de inovação que é desenvolvida através do projecto INOVGRID.
Este projecto é a preparação da EDP para a introdução de smart grid's em Portugal e assim entrar decididamente no futuro quadro tecnológico do negócio da energia eléctrica.
Já por cá é possível ler afirmações que mostram uma total incapacidade de ler o futuro e de ter as preocupações certas. A concentração de produção no mesmo local e os grandes projectos muito pouco smart é que estão a dar. O objectivo não é dizer em que é que vamos ser diferentes dos últimos 20 anos mas encher a boca com um investimento de milhões (será que terão avale do Povo?).
Quem é que explica que a geotermia não é uma energia renovável e que a concentração da sua produção não é prudente?
E já agora convinha estudar melhor a lição acerca das condicionantes da frequência e da tensão porque esses são problemas centrais do passado. Esse é um dos problemas que é atenuado pelas smart grids, conjuntamente com a qualidade integral e segurança do abastecimento.
O mesmo para a ligação de cabo submarino a ligar o triângulo e a permitir geotermia numa dessas ilhas a exportar para as outras que não é viável nos Açores mas é noticia permanente a exploração de novos investimentos off shore que conduzem a energia por cabo submarino para terra.
Enfim, teremos mais três anos perdidos neste sector nos Açores. Tenho pena dos investidores privados que terão no futuro uma empresa tipo função pública.

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Actualização do contexto económico

A dívida directa do estado em Maio de 2009 é de 125.270 milhões de euros (BP). A dívida externa portuguesa em 2008 foi 348.286 milhões de euros. O PIB em 2008 atingiu 131.958 milhões de dólares.
A OCDE faz três recomendações a Portugal:
1. Urgente consolidação orçamental no médio prazo;
2. Necessárias reformas estruturais que suportem o crescimento económico, reduzir o desemprego de longo prazo e ajudar a equilibrar as finanças públicas;
3. O impacto da situação financeira nos balanços dos bancos e a deterioração das finanças públicas exigem um preço mais alto na aquisição da dívida pública.

Já o FMI estima que só em 2014 se ultrapasse o PIB de 2007.

Já agora acrescento que a reforma mais urgente para responder ao ponto 2) é a reforma da justiça.
Com este quadro, vamos ver o que o discurso de campanha nos trás e que caminhos nos são propostos.

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Sigilo

O direito ao sigilo na saúde é um direito basilar de cidadania. Ouve-se agora que vão ser publicadas as listas de espera para intervenções cirúrgicas com uma periodicidade curta.
Deve haver um engano muito grande pois tal não é possível. Provavelmente era bem intencionado mas não se pode ter a informação clínica dos cidadãos na praça publica.
Este assunto seria um prato para as companhias de seguros e para patrões mal intencionados. Este é um assunto que já foi muito debatido sob várias perspectivas e já devia ser assente que a confidencialidade serve para proteger os cidadãos e não para prejudicá-los.
Espera-se assim um recuo rápido antes que cause estragos a alguém.

Ciência e Tecnologia

Muitas vezes fala-se na aposta que tem que ser feita na ciência e tecnologia como forma de promoção de desenvolvimento e competitividade.
Parece-me que o Hospital de Ponta Delgada podia protocolar com a Universidade dos Açores e com uma Faculdade de Medicina a instalação de um curso de medicina que permitisse iniciar a construção de um pólo de especialização na área da saúde.
A visão não devia formar médicos para a região mas formar competências de nível internacional e desenvolver um centro de excelência numa área que permitisse a pacientes internacionais fazer uma cura por cá, aproveitando as nossas instalações hoteleiras e o facto de o Hospital ter um piso desocupado.
O turismo de saúde é hoje uma realidade e tem sido desprezado por cá. Apenas houve uma intenção na área do termalismo que não anda nem desanda e parece que todos acham normal.
Mas não é o termalismo interessa pouco. Há áreas na saúde com muito mais interesse. São áreas que exigem um acompanhamento que é muito caro de fazer nos grandes centros urbanos, onde normalmente há estes meios.
A saúde podia ser um negócio muito interessante com criação de um centro de excelência que criaria emprego muito especializado e um crescimento inerente da qualidade da medicina praticada nos Açores. Quem podia perder com isso?

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Governabilidade

Se as eleições para a Assembleia da República tivessem o resultado que foi obtido com as Europeias o país atravessaria uma grave crise de governabilidade.
A política agressiva e conflituante não é inspiradora e não atrai as pessoas para lutarem por uma solução para os problemas que vivemos.
Falta política e sobra novela de má qualidade e os portugueses desligaram, mudaram de canal.
Se perguntarmos qual foi a mensagem das últimas eleições veremos que nenhuma foi retida. A verdade é que não houve mensagem.
É preciso inspirar as pessoas e acreditar que há futuro com políticas sérias e sem rodeios.
Há que reformar o Estado e dirigi-lo para as suas principais funções. Mas cada um tem que dizer o que entende por reformar o Estado.
Há um défice gigantesco e há que assumir com clareza como se resolve este problema.
Há que fazer um pacto de desenvolvimento com a população portuguesa com clareza e com um discurso que as pessoas percebam.
Há que trazer os abstencionistas ao voto para termos um empenho nacional na saída da crise e na resolução dos problemas.
Com uma campanha de acusações e vazia de ideias e propostas, que não mostre um caminho, teremos outra vez uma abstenção gigantesca e um resultado que apenas dependerá de quem foi votar.
Com uma grande abstenção, um partido pequeno pode ter uma votação percentualmente grande pois o mesmo número de votos terá mais peso. Pena que entretanto, se isto acontecer, o país ficará ingovernável e o futuro será uma incógnita.
Pede-se aos políticos que façam política e que se deixem de peixaradas.

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Europa

A campanha para as eleições para o Parlamento Europeu é muito estranha. Se tivesse chegado de outro planeta e tivesse por missão acompanhar a campanha e depois votar em consciencia teria uma deficuldade muito grande.
Os únicos partidos que falam da Europa são exactamente os que são contra a Europa e que portanto nem sei porque concorrem. Deve ser porque é fixe ser deputado europeu.
Os restantes partidos não falam da Europa nem do que acham que devia ser o seu mandato nesta legislatura. Qual é a sua agenda e o seu compromisso?
Parece-me que desta vez vamos ter de recorrer de algum clubismo ou de outro qualquer critério que nada tenha que ver com o que os nossos deputados vão defender ou fazer por lá.
Podemos sempre fazer o seguinte. Avaliar o cabeça de lista e, se houver o candidato local. No caso dos Açores parece que haverá dois deputados e portanto o voto deveria ir para um deles, que temos a certeza que trabalharão em prol dos Açores, como aconteceu nas anteriores legislaturas. No caso dos cabeças de lista a coisa fica feia pois um dos cabeças de lista é sempre contra os Açores e portanto nunca devia ter um voto nosso mas por outro lado a sua influencia é no curso das coisas é nenhuma pelo que tanto faz. Só mesmo ele pensa que alguém espera algo dele.
Assim não sei mesmo que critério se pode ter.
O melhor talvez seja mesmo a aplicação de um critério alternativo. O que vale é que nós não somos totalmente Europeus como prova o local onde se está a festejar hoje o dia dos Açores.