segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Alta velocidade

A propósito do TGV, tão falado ultimamente, no contexto da crise e das poupanças que se poderiam fazer tenho uma opinião daquelas à Portuguesa, ou seja, sem grande conhecimento de causa.
A Europa está a instalar uma rede de comboios de alta velocidade, confortável e que tem sido considerada pelos especialistas de transportes no âmbito do ordenamento do território como uma das realizações mais marcantes, pois está a alterar gradualmente o paradigma dos transportes entre cidades de média/grande dimensão.
Até agora os transportes assentavam em viagens aéreas, em aviões de média envergadura, que ligavam estas cidades em regime ponte aérea.
O problema é que o espaço aéreo se esgotou e é cada vez mais difícil ampliar os actuais aeroportos ou construir outros que obedeçam a critérios de serviço e proximidade razoáveis.
Assim, parece que a tendência é o tráfego de curto/médio alcance ser realizado de comboio e deixar ao avião as viagens mais longas, onde o tempo perdido com controlos de segurança e burocracias inerentes a uma viagem de avião têm menos importância, uma vez que a viagem é de várias horas.
Quando a linha de TGV entre Madrid e Barcelona se iniciou, verificou-se um desvio de tráfego do avião para o comboio de cerca de 60%.
Assim sendo parece-me que primeiro há que fazer o TGV e só depois verificar se ainda é necessário aeroporto. Até porque não fazer TGV é colocar Portugal ao nível de Marrocos em termos de acessibilidade ao resto da Europa.

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