segunda-feira, 30 de junho de 2008

Energia - Produção e Consumo

O mundo está com um problema de energia que tem repercussões nos Açores. Mas os Açores têm provavelmente algumas defesas que nem todos se podem gabar.
Se pensar-mos que a energia primária é quase toda importada e que passa por reduzi essas importações a atenuação do problema podemos concluir rapidamente que temos de mudar duas coisas: a forma como a energia eléctrica é produzida e a forma como utilizamos energia.
Neste momento é mais fácil produzirmos energia eléctrica com recurso a todas as tecnologias disponíveis renováveis e de valorização de resíduos e alterar-mos o padrão de consumo para renováveis e electricidade.
A própria EDA devia ter protocolos com universidades para tentar resolver o problema da gestão da qualidade energética num paradigma de produção que não incluí centrais assentes em combustíveis fósseis.
Mas sem dúvida que a distribuição de pontos de carregamento rápido de carros eléctricos têm de ser feitos em acordo com distribuidores destes carros. Se assim não for nunca será possível ter uma frota eléctrica.
O sistema de aquecimento de água também devia ser revisto. Neste momento o aquecimento de água está assente em gás mas podia estar assente em energia solar suportada pela energia eléctrica para manter a água quente mesmo em condições adversas.
A alteração do consumo de energia a favor da energia eléctrica tem a vantagem de resolver a distribuição e poder resolver o problema da disparidade dos consumos entre o dia e a noite através de uma politica tarifária adequada pois o consumo nocturno pode ser muito superior ao que é neste momento. Só não é porque não há qualquer incentivo a isso.
As energias que vão responder rapidamente a este problema serão a geotermia, a energia dos resíduos e a energia solar.
Muito mais tarde, talvez vinte ou trinta anos mais tarde, teremos a comercialização em força do hidrogénio.
A pesquisa tem também de ser direccionada para resolver estes problemas como a gestão da frequência pois as nossas redes são muito sensíveis por serem muito pequenas.
Outra via que podia ser usada era a conservação de energia através da água. Se a água que se encontra em lagoas de altitude produzisse energia em queda durante o dia e fosse bombeada para cima durante a noite produzia-se uma transferência de consumos do dia para a noite que poderia ajudar a aumentar a penetração das energias de base como a geotermia. Para pequenas soluções também o ar comprimido é uma solução relativamente conhecida e dominada.
Vejo é muita conversa e muita lamentação e pouca investigação e planos de acção. Está tudo adormecido com as mãos na cabeça? Ou julgarão que essas coisas se fazem sem acção e comunicação.
A EDA é uma empresa maioritariamente pública portanto era interessante conhecer os seus planos. Ou serão segredo? E a política energética dos Açores qual é?

domingo, 22 de junho de 2008

Novos desafios para os serviços de saúde

A evolução das economias, com crescimento da inflação e dos juros, com forte agravamento dos bens e serviços energéticos e dos bens agrícolas e alimentares veio trazer aos europeus em geral uma perda de poder de compra real.
Esta perda de poder de compra afecta com maior gravidade as famílias com menores recursos e mais endividadas.
Uma das consequências é a menor procura de consultas em consultórios privados e um aumento do recurso aos serviços públicos de saúde.
Num país que insiste em não formar médicos em número suficiente e dotar os centros de saúde de um número de médicos de família que responda com normalidade espero que a política de saúde se ajuste para um crescimento da procura dos seus serviços e para os reflexos financeiros que tal facto provocará.
Continuo a achar que a política de saúde tem que mudar pois assim acabará por não se ter uma resposta efectiva por motivos financeiros.
Possivelmente um crescimento da oferta de formação superior em cerca de 25% e a contratualização de serviços com consultórios particulares sob condições favoráveis para o Estado podia ser um caminho a estudar.
Já agora, a Universidade dos Açores que tem tantas dificuldades podia ter um curso de medicina associado ao Hospital de Ponta Delgada em vez de continuar a fazer mais do mesmo.

segunda-feira, 16 de junho de 2008

Preço do petróleo

O que leva o petróleo a estar mais caro são várias razões das quais a principal é explicada pela Lei das Rendas de David Ricardo, ilustre economista conhecido por qualquer estudante de economia. Não vou aqui explicar tal Lei. Apenas refiro que enquanto não aumentar a produção dos países com petróleo de alta qualidade com custo de processamento que ronda o 1$ o barril, como é o caso da Arábia Saudita, de forma a deixar de ter cabimento o petróleo de má qualidade, que vem misturado com areias e que tem que ser espremido, com um custo de 65$ o barril o petróleo não desce consistentemente.
Por outro lado os países dificilmente farão pressão para que tal aconteça pois são os países que deviam fazer pressão que têm interesses no petróleo de má qualidade.
Assim, o que prevejo é que sejam feitas pressões para aumentar as produções de forma a manter o petróleo na casa dos 120/130 $ por barril. A partir destes valores, mais cedo ou mais tarde haverá um conflito militar.
Por isso penso que devemos começar a fazer estudos no sentido de baixar a intensidade energética do produto, ou seja, poupar energia em todas as fases de produção e consumo final.

Comentários

Lamento imenso mas nunca respondo a comentários não assinados, cartas anónimas ou qualquer coisa do género. Pressuponho que, se as pessoas que produzem tais textos ou desabafos não pretendem resposta ou sequer atenção. Se estivessem certos da sua opinião certamente não teriam problema em assinar.

Tratado de Lisboa

A novidade é que os cidadãos que exerceram o direito de voto na Irlanda não estão de acordo com a ratificação do tratado de Lisboa.
Este é um problema em que os políticos se meteram de difícil resolução. Em pequenas comunidades a consulta da opinião pública funciona muito bem, essencialmente quando estão em questão pequenos problemas que afectam directamente a vida das pessoas e que elas têm uma opinião bem definida.
Mas para questões como a Constituição, Leis Internacionais e Tratados, que abordam matérias vastas e complexas, que passaram por difíceis buscas de equilíbrio entre posições por vezes muito diferentes a consulta da opinião pública tem qual vantagem?
As populações pronunciam-se sobre o quê? Para ter uma opinião sobre o tratado de Lisboa não basta ler, o que duvido que muitos tenham feito, mesmo políticos. É decerto necessário compreender o que está em jogo, e isto é muito mais complexo.
Na minha opinião, devia-se utilizar mais as consultas públicas para coisas como saber se a comunidade de um município concorda ou não com determinada medida e nunca coisas que ninguém sabe o que é e que a resposta é normalmente de recusa pelo receio de se meter em alhadas.

segunda-feira, 2 de junho de 2008

Arrefecimento global

Quando o aquecimento global atingir certo patamar, alguns mecanismos naturais alteram-se e muitas coisas vão mudar no clima.
Hoje a corrente do Golfo conduz uma corrente quente para Norte (felizmente para nós que apanhamos este efeito benéfico que nos aquece a água do mar) proporcionando uma mistura que depois perde efeito e devolve uma corrente fria em profundidade.
Este mecanismo provoca um efeito benéfico no clima, provocando precipitações elevadas quando as massa de ar quente arrastam nuvens para zonas frias, que provocam precipitação.
O aquecimento global provoca a redução das zonas de gelo que acabam por alterar a salinidade do mar dando origem a uma zona de mar muito mais rica em água doce. A diferença de densidade entre a água doce e salgada e a maior reflexão da maior superfície de oceano começarão a provocar um efeito de rápido arrefecimento do planeta. Muito rapidamente se passa de uma época de aquecimento a uma época de glaciação.
Muitos seres vivos não suportarão este alteração rápida do clima e muitas espécies não se adaptarão e serão extintas.
Claro que vamos continuar mais preocupados por a gasolina estar cara do que em deixar de utilizar o mais poluente dos combustíveis de massa.
Entretanto os ambientalistas mais fanáticos continuam a fazer o serviço das gasolineiras que não querem saber do futuro para além da aposentação de resultados do trimestre seguinte e dos EEUU que não querem que a energia nuclear se expanda para não haver muita gente com ideias de passar da utilização civil para a nuclear, ao censurar tudo o que é alternativa real.
É uma pena que assim seja pois com um aquecimento global os Açores ficarão a partir de certa altura com fortes sinais de desertificação e com o arrefecimento sem mecanismos reguladores da natureza não sei o que se poderá passar. Uma coisa tenho a certeza. Convinha que cada um de nós desse o seu contributo, mesmo que pequeno.