sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Segurança

Mais uma vez está aberto o debate sobre a segurança nas suas vertentes policia e justiça.
Agora vão ser tomadas medidas de melhor coordenação entre policias para melhorar o acesso à informação. Fiquei muito intrigado com esta medida. Mas então a troca de informação não é uma das tarefas correntes de gestão policial? Parece que não.
A mim parece-me que a Policia necessita de reforma urgente, passando a trabalhar por objectivos, com coordenações responsabilizáveis e com aferição destes objectivos.
Por exemplo a gestão da informação de segurança devia ser assunto de tratamento num centro especial que possa estar a par da evolução tecnológica e das suas aplicações à gestão da informação. Não reconheço nas chefias que vêm dar opiniões na televisão um discurso estratégico. São mais funcionários públicos pouco cultos que dizem umas banalidades com ar erudito.
Mas também se discute agora o problema da justiça. E esta é uma área que eu confesso ter um problema muito grande em acreditar. Apenas porque o sector da justiça não é democrático no sentido em que não depende do povo. Não podemos eleger nenhum responsável. Eles elegem-se entre si e fiscalizam-se uns aos outros. O resultado é que os crimes de colarinho branco não são punidos, o caso Casa Pia já nem é falado além de ser curioso que uma instituição com uma história de décadas de violações tenha apenas menos de meia dúzia de possíveis violadores acusados num processo a caminho do arquivo.
Qual é o sinal que se dá?
Que quem tiver dinheiro deve investir em tecnologia e produzir um esquema mafioso pois se for em grande escala nunca será alvo da justiça portuguesa a não ser que algum dos seus elementos seja presidente do Benfica.
A verdadeira reforma será a que nos der a capacidade de votar num responsável pelo Ministério Público e os Tribunais passarem a estar dependentes do Governo. Assim o poder de investigação estará sempre nas mãos de alguém que será dispensado pelo povo se não fizer bem o seu trabalho.
E para ser eleito, tem que nos convencer que sabe o que está a dizer e que tem medidas de acordo com a nossa expectativa.

domingo, 24 de agosto de 2008

Sobrefinanciamento da Saúde

Tenho sempre muita cautela com o que ouço sobre a saúde. É fácil de atacar e poucos compreendem o enorme valor que tem o nosso sistema nacional de saúde. Sempre há coisas a melhorar e um pouco mais de estratégia não fazia mal a ninguém.
Contudo, por vezes fico surpreendido com afirmações que são feitas como por exemplo que os hospitais estavam sobre financiados.
Como todos os fornecedores dos hospitais sabem as dificuldades são imensas e as dividas acumulam-se pelo que se terá de concluir que os gestores hospitalares retêm o dinheiro do orçamento fazendo sofrer desnecessariamente os fornecedores. Se assim é deviam ser imediatamente despedidos. Se assim não é então não se compreende em que aspecto é que os hospitais estão sobre financiados.
Penso que em qualquer parte do mundo uma afirmação dessas exige explicações muito rigorosas porque alguém está a enganar alguém e não convém nada que seja um político, porque se é, e a democracia funciona, então já era...
Será que ninguém estranha estas afirmações?
Todos estão calados com o sistema de saúde porque estamos habituados a que exista sempre uma certa pressão financeira sobre estas unidades muito caras e que muito rapidamente gastam muito dinheiro se não viverem em permanente dificuldade gerando o argumento para descartar exageros. Mas daí a estar sobre financiado parece-me que alguém está a querer por em perigo o sistema hospitalar e isso nós não devemos estar de acordo.

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Jogos Olímpicos

Gosto imenso de ver os Jogos Olímpicos. É com prazer que se pode ver um painel com os melhores atletas do mundo, com as poucas excepções de ausência por lesão, que numa ou noutra modalidade se verificam.
A beleza de certas modalidades e o vigor de outras associadas a um espírito de sã competitividade é motivo de grande prazer.
De vez em quando podemos ver actuações de atletas portugueses que nos enchem de orgulho porque sabemos que conseguiram estar entre os melhores e portanto honram o nome de Portugal.
Contudo é com muita tristeza que se vê os jornalistas colocarem as expectativas no topo e depois manifestarem desilusão pelos resultados. Quer dizer que aquelas pachorrentas criaturas, que nunca estiveram entre os melhores em coisa nenhuma,acham que isso não é motivo de orgulho.
Diz o ditado que os amigos se vêm nas ocasiões e eu acrescentaria que deve haver um complexo de inferioridade qualquer que nos faz estar sempre insatisfeitos.
Devemos recordar que somos um país pequeno que mesmo assim apresenta uma delegação muito digna para as condições que tem.
Eu cá tenho muito orgulho nos atletas portugueses e sinto-me muito bem representado desde que não se envolvam em batotas e mostrem, como têm mostrado, que estão a fazer o seu melhor.
Muitas felicidades para estes atletas e para os que não tiveram sorte desta vez esperamos sinceramente que da próxima a tenham.

sábado, 2 de agosto de 2008

Mensagem da Presidência

Antes de mais uma nota de abertura. Estamos num país democrático,que por consequência respeita a lei. A constituição podia ser outra mas o certo é que a nossa articula as instituições de forma a configurar um regime semi presidencial.
Dito isto quando o Senhor Presidente da República faz uma comunicação deve ser feita uma leitura política e de Estado e não reagir como se a nossa opinião tivesse o mesmo valor, porque não tem.

Diz o Senhor Presidente da República que além de alguns artigos inconstitucionais, sobre os quais não há mais a fazer do que corrigir, existem outros que merecem cuidado.

Primeiro fazer uma repreensão aos senhores deputados por terem feito um trabalho destes em dois órgãos legislativos da maior responsabilidade, o que não augura grande desempenho na legislação a produzir em matérias importantes e que impliquem qualidade no uso da técnica legislativa.

Os deputados são homens do povo, seus representantes, mas deviam ser assessorados por juristas, constitucionalistas com qualidade, para não se pôr o nome dos Açores em cheque perante os Portugueses em geral que não sabem o que se passa e pensam logo que alguém lhes quer assaltar a casa, o que penso poder afirmar com propriedade não ser verdade.

Quanto às outras questões levantadas pelo Senhor Presidente, julgo que lhe devem ser remetidas questões muito sérias pelos Portugueses todos, porque claramente fez uma advertência que demonstra ter receios da regionalização e da autonomia. Mas ao Presidente compete assegurar o cumprimento da Constituição e quer a regionalização quer as autonomias regionais estão consagradas na constituição.

Ficamos assim sem perceber se o Senhor Presidente considera a Constituição Portuguesa perigosa.