sexta-feira, 2 de maio de 2008

A fome

Com o recente aumento sistemática dos preços dos bens alimentares a população de alguns países começou a ficar em risco. Claro que os que já viviam com poucos recursos ficaram numa situação de alimentação abaixo dos mínimos considerados razoáveis.
Muitas culpas para esta situação têm sido atribuídas a diversos factores como a produção de biodiesel, a perda de colheitas devido a mau tempo em zonas de habitual grande produção, à evolução do valor do dólar e até ao preço dos combustíveis. Mais recentemente começa a desenhar-se um cenário de especulação sobre o mercado dos bens alimentares idêntico ao que é habitual no petróleo e na bolsa em geral.
A verdade é que muitas coisas mudaram. Nenhum dos motivos explica isoladamente o que se passa. O que é verdade é que não deixa de ser estranho que Portugal tenha tanta pressa de atingir as metas de produção de biodiesel que até se propõe antecipar as metas europeias.
O mundo mudou e grande parte das explicações deixaram de ser adequadas. A verdade é que os recursos naturais e os produtos a eles ligados directamente vão continuar a aumentar de valor e claro que as populações mais pobres vão sofrer mais rapidamente com este facto, pois estão mais desprotegidas.
O mundo precisa de começar a olhar para o modo de produção de outro modo. Temos que usar menos recursos naturais e usar melhor os espaços ainda disponíveis no nosso planeta, como por exemplo os desertos. Claro que esta visão exige muita investigação e desenvolvimento mas é para isso que existem universidades.
Aqui nos Açores podíamos ter desenvolvidos já aquacultura de profundidade, usando as zonas de acesso fácil mas quase sem vegetação como é a zona ao largo de Ponta Delgada para povoar o mar com vida. No fundo um bom exemplo desta possibilidade é o Dori, navio afundado que criou condições para o desenvolvimento de vida à sua volta.
Os Oceanos e os desertos esperam por iniciativas a favor da humanidade e Mar é o que não nos falta.

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