quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Teremos futuro?

Parece que teremos o que quiser-mos. Se fizer-mos o que se deve fazer claro que teremos futuro. Mas parece que será negro se continuar-mos à espera que os problemas se resolvam sozinhos.
O grau de conflitualidade está perigosamente elevado. O discurso deixou de ser sobre o Estado e passou a concentrar-se em coisas que, pelo menos a mim não dizem respeito.
Vejamos o quadro:
O OE (Orçamento de Estado) totaliza 153.505.598.484 euros.Destes 95.706.271.001 euros estão na rubrica "Gestão da Dívida e da Tesouraria Pública".
Ou seja, quando falamos de OE estamos essencialmente a falar de 55 mil milhões de euros que é o que não resulta automaticamente da dívida. Destes, 10.863.538.045 euros são salários e 27.476.985.294 euros são transferências correntes.
A primeira conclusão é que se reduzir-mos a dívida ganhamos espaço orçamental.
Mas o que se tem feito é, de vez em quando vendemos umas coisas (GALP, Banca,...) e surge o tal espaço orçamental.
Mas como se continua a fazer orçamentos deficitários a divida cresce e em 10 anos temos de novo o nó na garganta.
O que desta vez há que fazer parece simples. Tornar a solução irrepetível.
Preparar novo plano com regularização da dívida com vendas de património (e lá se vai a Caixa Geral de Depósitos)e, antes de o aprovar, negociar uma norma constitucional que proíba os Governos de gerar défices orçamentais, sob pena de perda automática de mandato.
Assim a discussão que se evita sempre sobre as funções do Estado e o que deve ser reduzido ou melhorado será obrigatória.
Mobilizar o país para uma solução concreta parece-me mais fácil do que dizer que estamos muito bem, mas os salários é que não podem ser aumentados aos que auferem salários normais, enquanto prémios milionários continuam a ser pagos.
A verdade é que uma sociedade mais justa é sem sombra de dúvida melhor.
Trabalhar para o futuro é acreditar que somos capazes de mudar.
Será que esta geração que está no poder é capaz?

Sem comentários: