quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Medidas para a crise

Tem sido apresentadas medidas de combate à crise por parte de muitos políticos, especialistas, comentadores etc.
Todos as medidas no sentido de aumentar a liquidez do mercado financeiro são indiscutivelmente necessárias, mas não suficientes.
Este crise não é só fruto do deslumbramento dos operadores financeiros pelo jogo. Alguns operadores financeiros acharam que apostar em jogos de sorte seria um investimento. Claro que investir tem que ter como contrapartida operações no mercado de bens e serviços caso contrário só dá certo enquanto as pessoas acreditarem e, quando deixarem de acreditar, todos os que estão em jogo perdem o seu dinheiro porque deixam de aparecer novos interessados em jogar.
Parece-me que a baixa de impostos é uma falácia. Diminui a capacidade de intervenção do Estado e só ajuda quem tem.
As empresas que estão em dificuldades não têm bons resultados e, assim, o efeito de uma diminuição de impostos não é decisivo na manutenção ou encerramento do negócio.
Mais importante seria destinar a mesma verba que a diminuição de receitas implicaria e aplicar numa diminuição do custo do trabalho das PME. Dizendo mais claro, baixar temporariamente a taxa de comparticipação da entidade patronal para a segurança social e transferir do orçamento geral do estado para a segurança social a verba correspondente.
Esta operação era o mesmo em termos orçamentais mas incidiria sobre o custo do trabalho melhorando mensalmente a situação financeira da empresa e retirando pressão sobre o trabalho nas medidas de diminuição de custos. Espero que uma medida destas ajude os empresários a poupar sem criar desemprego.
Porque criar desemprego significa criar menos riqueza e menos procura interna que gera negócios e é um multiplicador económico importante.
As medidas restantes devem ser no sentido de promover o investimento em substituição de importações, por exemplo de imensos produtos agrícolas.
Um programa nacional de PME agrícola inovadora seria uma ideia importante. Talvez os apoios à agricultura criassem mais emprego e rendimento nas zonas rurais, dinamizando e diversificando as pequenas economias.
A aposta na formação em profissional e tecnológica associada ao ensino do inglês e de mais uma língua é também essencial.
Os governos tendem a aumentar a despesas pública nestas alturas para aumentar a procura interna. Aproveitem para a aplicar em projectos ligados à água para consumo, águas residuais e resíduos que é uma área que tem em Portugal um certo atraso pelo que é uma oportunidade de acertar o passo.
Mas não podemos deixar de revolucionar o estado que gasta muito e é pouco produtivo.

1 comentário:

nicole disse...

ola carlos!
acabei de decobrir o teu blogue: desde março demorei um pouco!
queria mesmo te perguntar sobre aquilo da crise, o que achavas, olha ja tenho resposta... super!
eu, que não percebo de economia vivo a mediatisação da crise com cautela e preocupação, gosto de tentar compreender onde estou metida e desta vez ultrapassa me.
je tinha lido algo parecido com a tua interpretação das causas da crise, a tua opinião confirma-me o que eu li.vou lendo por todo o lado e por teus lados a partir de agora. abraço
nicole