domingo, 27 de fevereiro de 2011

Capitais próprios

Numa conversa que tive recentemente um empresário defendia que os sistemas de incentivos, que antes exigiam 25% de capitais próprios, deviam exigir apenas 15%, como aliás parece que conseguiu.
Eu compreendo que num país com tão poucos empresários e tão escasso capital e uma tendência tão grande para depender do Estado se pense assim. Mas é um caminho que despreza as regras mais simples do sistema capitalista.
Vejamos que futuro terá uma empresa com poucos capitais próprios. A capacidade de suportar um mau ano é muito limitada e a sua dependência de capitais externos é total. Além disso cria-se a ideia que uma pessoa sem capital pode ser capitalista, o que de facto é uma anedota.
Estes empresários sem capital estão condenados ao insucesso e a gerar situações muito delicadas aos seus trabalhadores.
A dotação de capitais próprios deve ser enriquecida e vista como uma forma de partilhar riscos. Os mecanismos de capital de risco devem ser incentivados e os accionistas devem ser pedagogicamente levados a aceitar accionistas capitalistas para os seus negócios, com quem passam a partilhar decisões e lucros.
O desprezo pelos capitais próprios só pode gerar problemas.

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