Vou quebrar a tradição e falar sobre aviação. Mas vai ser excepção sem regra.
Recebi um e-mail para aderir a um pedido ao Governo para promover low cost para os Açores.
Qualquer companhia de qualquer país europeu pode fazer voos low cost para os Açores sendo apenas para isso necessário um procedimento normal junto das autoridades aeronáuticas.
Assim sendo, pedir ao Governo deve querer dizer que se pede ao Governo que paga à empresa o que ela achar conveniente para fazer os ditos voos. Ora parece-me que os voos low cost são uma manifestação do cruel e livre capitalismo, cuja lógica de esmagar custos e de operar em regras de eficiência máxima não se coadunam com negócios cujas regras são ditadas por governos e, muito menos ainda com pressões políticas como esta que agora se vê.
Na minha opinião pedir voos low cost é a melhor e mais eficaz forma de não os ter.
A melhor forma seria mostrar que as companhias que operam actualmente têm imensos lucros.
Low cost é do mundo dos lucros e dos investimentos e não dos pedidos políticos.
As companhias low cost cancelam voos quando lhes apetece e não há jornalista que lhes meta medo.
Para ter low cost é preciso ter muitos passageiros para diluir o custo fixo da escala e a tornar em "low cost".
Não se trata de voo subsidiado.
Aqui o verdadeiro instrumento de política acaba por ser a SATA Internacional que, enquanto for uma empresa dos Açores pode olhar menos para o lucro e mais para o desenvolvimento dos Açores, como julgo que faz.
Quanto aos vôos entre os Açores e o Continente, sujeitos a regras de serviço público para passageiros e carga, a questão é outra. Uma companhia qualquer poderá aceder aos concursos públicos e depois fazer promoções e baixar os preços.
Duvido que com os custos dos aeroportos da ANA e com o número de passageiros existente alguma companhia considere que tem condições de trabalhar com custos baixos e flexíveis.
O melhor mesmo é concentrarmo-nos nos turistas que têm dinheiro para viajar e deixar os que não têm fazer campismo num sitio mais perto de casa.
Quanto a nós vamos juntar dinheiro pois de facto não é fácil viajar com o nível de salários que temos.
Não somos ricos mas já fomos muito mais pobres.
Por tudo isso acho que aquele e-mail não serve senão para chatear...
segunda-feira, 11 de janeiro de 2010
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