Temos ouvido demasiadas vezes para o meu gosto que vem aí o FMI ou que devemos fazer tudo para evitar essa vinda.
Acontece que o FMI não pode vir aí porque já cá está. Nós somos membros efectivos do FMI que é uma instituição que serve para ajudar e não para fazer mal.
A ideia que o FMI é um papão é muito estranha. Tenho pensado donde vem esta ideia e julgo que é evidente que é um receio que é lançado e que é popular até porque o FMI representou para os comunistas um terrível obstáculo ao seu avanço em Portugal.
Quem lança essa ideia vê no FMI um obstáculo aos seus interesses. E que interesses podem ser esses?
O Governo é refém de diversos grupos de interesse como são os médicos, os advogados, os juízes, os banqueiros, os industriais, enfim, grupos que ganham mais do que deviam e têm muito a perder se uma instituição que não seja permeável a grupos de interesse vier controlar a execução das medidas de ajuste macroeconómico.
Quem tem a ganhar com um acordo de cooperação com o FMI são precisamente os outros grupos menos favorecidos e que costumam a ser alvo das fantásticas medidas governamentais.
Ou seja os pobres, os empregados e os que têm pouco poder são os que ganham com um acordo com o FMI.
Mas os grupos de interesse sabem disso e preferem empurrar o Governo para solicitações de apoio a países como a Venezuela ou a China, que têm interesse em fazer bons negócios sem grandes exigências de controlo, pois na realidade estão-se perfeitamente nas tintas para o facto de vivermos melhor ou pior.
Assim, sendo estou ansiosamente a aguardar um acordo feito a pensar no futuro dos portugueses em vez de dar tanta importância ao que pensam os notáveis do país que quando morrerem não farão falta nenhuma, como então se verá.
Já agora essa ideia que o salário mínimo não pode aumentar para 500 euros é um bom sintoma das prioridades dessa classe dominante que prefere a escravatura à justa remuneração de quem trabalha.
Com os diabos - será que conseguem viver com 475 euros?
domingo, 26 de dezembro de 2010
terça-feira, 7 de dezembro de 2010
Economia precisa-se
Muito se tem falado de dividas. Muito se tem falado de novo riquismo e de algo próximo do Fontismo. Do que se tem falado pouco é de economia.
Na realidade, só a produção de bens e serviços adequados a um mercado (seja ele qual for) que pague um preço compensador pode mudar mesmo as coisas. O resto são banalidades e truques.
Não é por escrever um orçamento que inscreve verbas menores nos diversos capítulos que as despesas se reduzem. É antes fazendo um trabalho de fundo que primeiro reponha as prioridades do estado e depois estude a melhor forma de as satisfazer.
Provavelmente, o caminho de penalizar as empresas para arrecadar mais receitas para pagar sabe-se lá o quê e a quem interessa não é o caminho.
As empresas são pessoas com capital e conhecimento. Tanto podem estar cá como em outro qualquer sítio. Claro que falo das mais relevantes, aquelas que criam emprego e riqueza.
Os políticos, pelos vistos, preferem as "piquenas e médias empresas", ou seja, aquelas que sendo importantes, não mudam o curso da história. Parece que agora é crime ser grande e com capacidade de internacionalização.
Estamos num mundo global e pensamos como se estivéssemos numa aldeia.
Porque não pensamos antes no que é preciso mudar para atrair empresas em vez de as empurrar para fora?
Reduzir o Estado podia começar por reduzir os Ministérios, vender pelo menos metade das empresas públicas.
O estado devia reduzir o orçamento reduzindo as suas funções e os seus empregados. Mas não é fazendo de conta. É reduzindo mesmo sem atenuar nada.
Um estado baseado no essencial e com funções de regulação era mais barato, mais ágil, menos corrupto, provavelmente dificultava menos a vida da economia.
Mais cedo ou mais tarde teremos uma geração nova que se irá impor com novas ideias. Talvez aí as coisas mudem.
Na realidade, só a produção de bens e serviços adequados a um mercado (seja ele qual for) que pague um preço compensador pode mudar mesmo as coisas. O resto são banalidades e truques.
Não é por escrever um orçamento que inscreve verbas menores nos diversos capítulos que as despesas se reduzem. É antes fazendo um trabalho de fundo que primeiro reponha as prioridades do estado e depois estude a melhor forma de as satisfazer.
Provavelmente, o caminho de penalizar as empresas para arrecadar mais receitas para pagar sabe-se lá o quê e a quem interessa não é o caminho.
As empresas são pessoas com capital e conhecimento. Tanto podem estar cá como em outro qualquer sítio. Claro que falo das mais relevantes, aquelas que criam emprego e riqueza.
Os políticos, pelos vistos, preferem as "piquenas e médias empresas", ou seja, aquelas que sendo importantes, não mudam o curso da história. Parece que agora é crime ser grande e com capacidade de internacionalização.
Estamos num mundo global e pensamos como se estivéssemos numa aldeia.
Porque não pensamos antes no que é preciso mudar para atrair empresas em vez de as empurrar para fora?
Reduzir o Estado podia começar por reduzir os Ministérios, vender pelo menos metade das empresas públicas.
O estado devia reduzir o orçamento reduzindo as suas funções e os seus empregados. Mas não é fazendo de conta. É reduzindo mesmo sem atenuar nada.
Um estado baseado no essencial e com funções de regulação era mais barato, mais ágil, menos corrupto, provavelmente dificultava menos a vida da economia.
Mais cedo ou mais tarde teremos uma geração nova que se irá impor com novas ideias. Talvez aí as coisas mudem.
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